A família da benzedeira Dona Apolonia Lesniak Mance, de 85 anos de idade e que faz benzimentos em Ponta Grossa há mais de 50 anos, criou uma campanha para arrecadar fundos para custear as despesas da internação hospitalar da idosa.

Zita Terezinha Mance, filha de Apolonia, conversou com a reportagem do portal D’Ponta News e contou que a mãe foi internada no Hospital São Camilo para tratar de complicações de uma pneumonia. A família chegou a procurar atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), porém no local Dona Apolonia realizou exames, foi medicada e mandada para casa, segundo a filha. “Lá os médicos fizeram pouco caso e nem deixaram ela em observação, nem tentaram achar um leito para ela. Na verdade, simplesmente ela só consultou e eles olharam e mandaram embora”, diz.

“Não tinha outra forma e ela precisava de tratamento urgente, porque até então eles estavam suspeitando de água no pulmão. Então, os pulmões dela estavam bem sobrecarregados. Então esse foi um dos motivos do internamento dela, devido a pneumonia, acabou dando mais problema nos pulmões”, completa.

Dona Apolonia internada em Ponta Grossa. Foto: Arquivo Pessoal/Zita Mance

50 anos de dedicação ao benzimento

Dona Apolonia é conhecida em toda a região de Ponta Grossa pela atuação como benzedeira. Há mais de 50 anos ela se dedica aos trabalhos, conforme conta a filha Zita. “Eu acho que aqui na nossa cidade, não só aqui na região de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a mãe é muito conhecida. Não tem quem não conheça ela e não conheça o trabalho dela. Então, muita gente gosta dela”, diz.

“Teve muitas crianças que chegaram aqui. Na minha época, quando ela morava aqui comigo, vinham crianças desenganadas do médico. E não só pelo benzimento, porque a minha mãe não faz só benzimento para criança de ‘bichas’, a minha mãe é uma pessoa que arruma o peitinho de criança, são crianças que acabam abrindo o peito, e se a pessoa não cuidar, a criança pode não sobreviver”, relembra.

Há cerca de cinco anos, Dona Apolonia sofreu uma queda e quebrou o fêmur. Por conta disso, levou cerca de um ano para voltar a andar e, neste período, não realizou os benzimentos. Após se recuperar, a benzedeira retomou os trabalhos.

A filha ainda conta que, antes de ser internada, a benzedeira já havia deixado de realizar os benzimentos há cerca de 15 dias, por conta da saúde debilitada. “Ela não estava mais em condições mesmo, sabe? Ela não estava mais nem levantando sozinha, não estava comendo, ficou muito fraca, então já fazia mais ou menos uns 15 dias que ela não estava mais benzendo”, explica.

Como ajudar Dona Apolonia? 

Como as despesas com a internação hospitalar são altas, a família resolveu buscar ajuda para arrecadar os recursos. Doações de qualquer valor podem ser feitas pela chave PIX: 74179365987 (CPF-Zita Terezinha Mance).

A filha da Dona Apolonia ainda finaliza agradecendo o carinho da população com a mãe. “Eu só tenho a agradecer, porque desde o momento que eu postei no Facebook, no Instagram, que eu passei no WhatsApp, foi assim, que nem eu falei, aquele trabalho de formiguinha, mas foi uma coisa que se estendeu rapidamente, sabe? Eu fiquei impressionada do quanto as pessoas gostam da minha mãe, o quanto as pessoas respeitam o trabalho da minha mãe, e eu só tenho a agradecer”, finaliza.

Projeto Benzedeiras de Ponta Grossa

Em 2018, a Dona Apolonia participou do projeto Benzedeiras de Ponta Grossa, realizou pela Secretaria Municipal de Cultura de Ponta Grossa. No vídeo, Apolonia conta detalhes sobre sua história. Confira:

da redação