Quarta-feira, 30 de Outubro de 2024

Professor Daniel Frances conta sobre os processos que levaram à Proclamação da República, que marca o feriado de 15 de novembro

2023-11-14 às 14:15
Foto: D’Ponta News

O professor Daniel Frances esteve no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (14) para falar sobre o feriado de Proclamação da República, que é comemorado anualmente no dia 15 de novembro.

Leia os principais pontos da entrevista:

Daniel diz que entender o processo que levou à Proclamação da República é complexo. Definindo primeiramente o que é República, ele diz que é um sistema de governo que pode ser presidencialista ou parlamentarista. “A República é um processo democrático que tenta nortear a possibilidade de que todas as vozes sejam ouvidas, através de um sistema que se chama Constituição”, explica o professor.

Entretanto, ele ressalta que República não significa democracia. “Pode ter princípios democráticos, como podem ter princípios ditatoriais”, diz Daniel relembrando a Ditadura Militar que ocorreu dentro deste sistema de governo no Brasil. “A dissolução do reinado de Dom Pedro II para o processo republicano é muito mais golpista do que nacionalista”, afirma o professor.

Dos motivos que levaram ao ato, ele elenca que os principais foram a abolição da escravatura, a ascensão da produção de café e a vinda de imigrantes para o país. “O Império dá um tiro no pé quando ele permite que esses processos se abram para uma nova realidade social; ele acaba articulando e dando poder a dois grupos extremamente poderosos no Brasil”, diz.

Segundo ele conta, as alas militar e empresarial, foram as maiores interessadas no processo republicano, já que os cafeicultores da época precisavam de um governo mais liberal para expansão do café; e os militares, para ascender ao poder. “A República nasce ditatorial”, assinala.

Daniel Frances explica que naquela época só existiam Exército e Marinha, mas as duas instituições não eram fortalecidas e eram vistas pelo Império como uma subclasse. Quando o Brasil retornou vitorioso da Guerra do Paraguai, o Exército fortalecido, com a ideia de ser o ‘salvador da pátria’ e com ideais positivistas da época, articulou a Proclamação da República, em 1889.

Somente a partir de 1985 é que o Brasil realmente entrou em um processo republicano, após a redemocratização com o fim da Ditadura Militar, conforme explica o professor. A partir daí abriu-se a possibilidade para uma nova Constituição Federal, democracia, leis trabalhistas, entre outros direitos. “Esse é o momento que a gente tem que comemorar”, declara Daniel.

Confira a entrevista na íntegra: