Já está disponível para download o miniapp Hemovida, aplicativo do Ministério da Saúde desenvolvido para facilitar a captação de doadores de sangue e conscientizar a população sobre a importância de manter os estoques em níveis seguros. Isto porque o sangue doado é utilizado nos atendimentos de urgências, em cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doença como a anemia falciforme e talassemias, por exemplo, além de outras doenças oncológicas que frequentemente necessitam de transfusão.
A novidade foi anunciada no último sábado (25/11), Dia Nacional do Doador de Sangue. A ferramenta é gratuita e já está disponível para download nas principais lojas de aplicativos.
A plataforma está integrada ao ConecteSUS e possibilita, entre outras funcionalidades, que o cidadão localize facilmente a rede saúde mais próxima e baixe a carteira do doador, onde consta o tipo sanguíneo e a data da última doação.
A expectativa é que o Hemovida se torne uma ponte entre os hemocentros da rede pública de saúde e os possíveis doadores. O aplicativo desempenha um importante papel na disseminação de informações sobre a doação de sangue e campanhas em andamento.
Entre as funcionalidades, estão:
Carteira do Doador
Carteirinha virtual com informações de saúde, tipo sanguíneo e a data da última doação. Fornece um registro pessoal e útil em situações de emergência;
Minhas Doações
Histórico completo de doações, incluindo as realizadas, canceladas e agendadas. Há opção de fazer autodeclaração de doação de sangue para manter um registro do compromisso com a causa;
Serviços Hemoterápicos
Localização da rede de saúde mais próxima, possibilitando identificar onde doar e receber informações sobre os serviços disponíveis em cada unidade;
Convidar Amigos
Promoção da doação de sangue entre amigos e familiares, permitindo compartilhar experiências nas redes sociais e incentivar outras pessoas a se tornarem doadoras;
Regras para Doar Sangue
Informações detalhadas sobre como e quem pode doar, bem como os cuidados necessários no dia da doação. Garante que os doadores estejam bem-informados e preparados;
Campanhas
Alertas sobre campanhas regionais e nacionais de doação de sangue, permitindo que as pessoas se envolvam em iniciativas de manutenção dos estoques de sangue nos níveis adequados;
Avaliar Doação
Perspectiva sobre a experiência de doação, avaliação do estabelecimento, dos profissionais e satisfação geral. Contribui para a melhoria contínua do processo de doação.
Interessados em se cadastrar no ConecteSUS Cidadão devem efetuar o download do aplicativo nas lojas Android ou iOS, ou por meio do site conectesus.saude.gov.br. O login no app é feito pelo acesso único do Governo Federal (gov.br).
Doação de sangue
A doação é 100% voluntária, e é um ato de solidariedade que pode salvar vidas. Aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas para cada mil habitantes. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha constantemente para aumentar esse índice, conscientizando a população da importância desse gesto para a saúde coletiva.
Mais doações, mais vidas salvas
As taxas de doação de sangue no Brasil cresceram em 2023. Entre janeiro e setembro de 2022 foram coletadas 2.340.048 bolsas de sangue (com 450 a 500mL cada). Neste ano, no mesmo período, a coleta ficou em 2.452.425, o que representa aumento de 112.377 bolsas. É importante reforçar que cada doação pode ajudar a salvar até 4 vidas.
Além da utilização nos procedimentos hospitalares, o sangue doado também pode ser transferido pelos bancos de sangue para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) produzir hemoderivados, que são fornecidos gratuitamente pelo SUS à população que necessita.
O Ministério da Saúde acompanha diariamente o quantitativo de bolsas de sangue em estoque nos hemocentros estaduais, como estratégia para evitar um possível desabastecimento. “Caso necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue pode ser acionado, possibilitando o remanejamento de bolsas de sangue de outras unidades da federação para aquelas com alguma dificuldade”, explica a coordenadora geral de Sangue e Hemoderivados, Joyce Aragão.
Quem pode doar?
No Brasil, pessoas de 16 a 69 anos podem doar sangue. Para os menores (entre 16 e 18 anos), é necessário o consentimento dos responsáveis. Entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto.
A frequência máxima admitida é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo entre doações deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
Procure o hemocentro mais próximo de você!
PEC do Plasma
O acesso à saúde de qualidade, a universalização de serviços e o atendimento gratuito para a população é prioridade do governo federal. De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha, a eventual permissão legal para comercialização de plasma no Brasil seria um retrocesso. A possibilidade está em discussão em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso Nacional.
Segundo Gadelha, a Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeita a ideia em debate no Legislativo brasileiro. “Foi uma conquista do Brasil ter proibido a comercialização de sangue na nossa Constituição. Antigamente, tínhamos uma situação onde os brasileiros precisavam vender o próprio sangue para poder ter um prato de comida”, relembra.
Ainda de acordo com Gadelha, a mudança na lei seria desnecessária no momento em que o Brasil vem reduzindo a dependência de outros países por hemoderivados por meio da Hemobrás, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Atualmente, 30% dos hemoderivados ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são resultado do fracionamento do plasma doado no país e a previsão é que, a partir de 2025, com a conclusão da sua planta, a Hemobrás passe a produzir e processar 80%.
“Hoje, a Hemobrás é muito aberta à parceria com o setor privado. Portanto, pode-se estabelecer parcerias público-privadas, mas sem que o sangue vire mercadoria e possa ser, inclusive, exportado em detrimento da saúde da nossa própria população”, diz o secretário, reforçando que a cultura de doação de sangue, já consolidada no país, poderia ser prejudicada com uma orientação comercial em desfavor do ato altruísta.
“Se a gente desestimular a doação de sangue porque o sangue virou um comércio, pode faltar sangue até para transfusão, além de faltar o plasma para a Hemobrás processar, em assistência aos hemofílicos. Poderia faltar sangue na ponta, como quando você entra na emergência do hospital”, acrescenta.
Gov.br