A Comissão Especial de Cheias (CEC) da Itaipu foi desativada na manhã desta terça-feira (28), depois de um mês de mobilização. Com o fim das inundações e a normalização da cota do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai, a CEC permanece agora apenas em estado de atenção.
A comissão vai continuar acompanhando as previsões hidrometeorológicas, executando a programação da usina e simulando impactos de chuvas. “Se forem confirmadas as condições estabelecidas na Sistemática de Operação em Situação de Emergência Hidrológica (Sosem), voltaremos a nos mobilizar”, informou o coordenador da CEC, Paulo Zanelli Junior, gerente do Departamento de Operação do Sistema (OPS.DT).
A desmobilização da CEC foi anunciada durante uma reunião da equipe, por videoconferência. O engenheiro aproveitou a oportunidade para apresentar um balanço do período e agradecer o empenho de todo o grupo nesse trabalho, que é integrado por empregados(as) brasileiros(as) e paraguaios(as) de várias áreas, como Operação, Comunicação Social, Segurança Empresarial, Bombeiros e Responsabilidade Social.
A comissão é responsável por adotar as estratégias necessárias para mitigar os impactos da cheia, mantendo a produção de energia para o Brasil e Paraguai e garantindo a segurança da barragem. “E, graças ao apoio de todos(as), conseguimos ter êxito nesse trabalho,” disse Zanelli. A comissão também tem como responsabilidade atualizar e divulgar informações por meio de boletins hidrológicos diários, que podem ser acessados no site da Itaipu.
As chuvas intensas começaram a ser registradas no dia 28 de outubro. Com esse cenário, a CEC fez a primeira reunião do ano já no domingo, 29 de outubro.
De acordo com o balanço, considerando as chuvas de outubro e de novembro, as medidas adotadas contribuíram para reduzir o impacto das inundações, com o uso controlado do vertedouro, armazenando o máximo possível de água para produzir energia e só verter o excedente no momento mais adequado.
O reservatório de Itaipu não comporta integralmente os eventos de cheia, mas pode ser usado como uma oportunidade de amenizar seus efeitos. Nesses casos, a previsão e o planejamento são fundamentais para mitigar suas consequências.
A situação se normalizou e a quase totalidade das cerca de 500 famílias do lado paraguaio que estavam em abrigos depois de serem atingidas pelas inundações, especialmente em função do represamento do Rio Paraná pelo Rio Iguaçu, no pico da cheia, voltou para suas casas. Apenas duas ainda não retornaram para seus lares.
O vertedouro, que havia sido aberto no último sábado (25), pela quinta vez no ano, estava previsto para ser fechado nesta terça-feira (28). Pela manhã, a usina estava produzindo aproximadamente 10,5 mil megawatts-hora médios. No total acumulado do ano, a produção passa de 74 milhões de megawatts-hora (MWh).
O vertimento perto das 10h desta terça-feira estava em 1.191 metros cúbicos de água por segundo. Na região da Ponte, o rio estava na cota 104 metros acima do nível do mar. No pico da cheia, esse valor chegou a 119 metros acima do nível do mar. Em 9 de junho de 2014, a cota ali chegou a 124m.
da assessoria