Mais um passo importante na construção de uma Rota Estratégica de Hidrogênio Renovável foi dado nesta segunda-feira (4) pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Planejamento, em encontro realizado em Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Durante o evento Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense – Hidrogênio Renovável 2035 foram apresentados painéis estratégicos por especialistas sobre os temas de produção, armazenamento e distribuição, além das aplicações em mobilidade, energia e indústria.
Este esforço para identificar ações resultará na Rota Estratégica, que tem previsão de ser apresentada a partir do mês de fevereiro de 2024. O encontro segue nesta terça-feira (5), inclusive com o lançamento de um livro sobre hidrogênio renovável.
Para o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva, não há como falar de hidrogênio e energias renováveis sem voltar o olhar para o grande consumidor, que é a indústria do Paraná. “Essa indústria é competitiva, mas naturalmente temos que sempre olhar sob essa perspectiva da transição energética, de energias renováveis e de custo da energia. O Paraná é uma das poucas regiões do mundo que têm todos os ativos, o que vai possibilitar o Estado liderar esse processo da mudança da matriz energética para o hidrogênio renovável, pelo biogás e biomassa”, disse.
Segundo o secretário, é preciso, entretanto, estruturar toda essa cadeia, que tem como um dos eixos a questão da formação de mão de obra qualificada, processo que a Fiep já está liderando, além das questões do aprimoramento do arcabouço legal e do financiamento.
“O Estado está pensando, dialogando com os setores, sobretudo com a indústria, e temos convicção de que esse processo se dará pelo protagonismo da indústria como fonte consumidora dessa nova energia, tanto na questão de sustentabilidade quanto na de custos, algo importante para garantir competitividade do setor paranaense”, disse Guto Silva.
O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, ressaltou a importância de unir pesquisa e desenvolvimento, Estado e setor produtivo e perceber como conectar todos esses atores para se conseguir algo que será vantajoso para o Estado, para as empresas já instaladas e para aquelas que podem vir a se fixar no Paraná.
Ele destacou que a Rota Estratégica tem uma visão ampla de todos os atores, sendo necessário agora perceber, principalmente, a viabilidade das ações, entendendo que o Brasil e o mundo estão procurando capacidade energética limpa. “A expectativa é que se consiga amadurecer o trabalho, principalmente na viabilidade da ponta, visto que temos o hidrogênio e ainda não tem quem o consuma, ainda não tem como ser transportado, então algumas questões serão respondidas ao longo do trabalho”, explicou.
O consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) no Paraná, Rodrigo Régis, também enfatizou o papel do evento em juntar os principais atores envolvidos em todo o processo, identificando as principais dores e expectativas para conseguir traçar bem as estratégias e depois conseguir apontar as melhores ações. “A indústria tem um papel fundamental. A maioria das plantas de descarbonização anunciadas no mundo envolve esse setor, então a indústria tem um papel importante no uso de hidrogênio renovável para a descarbonização”, disse.
Roadmaps
As Rotas Estratégicas fazem parte de um trabalho prospectivo conduzido pelo Observatório da FIEP desde 2004. Compostas por roadmaps, elas propõem uma agenda de ações de curto, médio e longo prazo para que os diferentes setores ganhem força no Paraná.
Com elas, são traçados caminhos para que fatores críticos sejam superados e o futuro desejado para cada setor seja alcançado, identificando também tecnologias-chave que precisam ser aprimoradas ou implantadas.
Após a realização desses painéis temáticos com especialistas para identificar as barreiras que dificultam a implantação de uma cadeia de produção de hidrogênio renovável, além das ações necessárias para que elas sejam superadas e o setor se desenvolva, essas iniciativas serão validadas em novo encontro do painel com pessoas e organizações com interesse no assunto e, finalmente, será elaborado o roadmap para direcionar a estruturação do segmento.
Presenças
O evento reuniu, ainda, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Aldo Bona; e representantes das secretarias estaduais da Indústria, Comércio e Serviços; do Desenvolvimento Sustentável; da Agricultura e Abastecimento; da Invest Paraná; Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná); BRDE; Copel; Sanepar; Tecpar; Compagas; EnerDinBo; ABEEólica; Energik; ABH2; Grupo Rejalle; Itambé; Universidade Federal do Paraná; Petrobras; Alvarez e Marçal; Unioeste; UEPG; UEM; 3DIEngenharia; Fundação Araucária; Itaipu; Instituto Senai Inovação; Geo Elétrica Tamboara Energia; Sialpar; Finep; Cibiogás; Lactec; Next Chemical; Grupo Potencial; Assembleia Legislativa do Paraná; e H3 Dynamics Holdings.
da AEN