O aumento no consumo de energia no país tem fomentado o mercado da geração através de usinas solares. Com aumento da demanda cresce também a geração. Só no primeiro semestre de 2023, por exemplo, a potência instalada foi 26% maior que em 2022. Com um gigantesco mercado ainda a ser explorado, o investimento na matriz energética que transforma o sol em fonte de energia limpa já é o segundo com maior capacidade de geração, com 14,7%, só perde para a energia gerada pelas hidrelétricas.
É justamente este cenário que deu a possibilidade para que Ponta Grossa recebesse o maior complexo fotovoltaico da região Sul. Em obras, as duas usinas, que receberam os nomes de Tocantins e Taquari, estão sendo construídas no Distrito Industrial e no bairro Sabará. Juntas elas terão a capacidade de geração de 9MW. No pico, essa potência passa para quase 13MWp. Conhecidas também como fazendas solares, os projetos que chegam aos 52 milhões de investimentos, foram aprovados antes da mudança da legislação. A partir da lei 14.300, que regulamenta este tipo de sistema e passou a vigorar em janeiro deste ano, só serão aprovados projetos de até 3MW de geração em um mesmo parque.
Para Rojes Pereyma da Silva, CEO da Fontesul, empresa responsável pela aprovação, execução e gestão do projeto, a construção dessas duas grandes usinas é um marco para a energia fotovoltaica do Paraná e do Sul do Brasil. Segundo ele não há registros de usinas com essas capacidades de geração em uma mesma cidade em nenhum dos três estados da região. “Só a usina Tocantins já é muito representativa por ter uma potência instalada de quase 7MWp”, explica. Ele revela que a maior usina do centro-oeste do Brasil, localizada em Terenos – MS e também construída pela Fontesul, tem uma capacidade de potência total de 5,7MWp. “Tanto na região centro-oeste como também nos Campos Gerais não haverá usinas maiores, já que a regra do jogo mudou. Isso coloca Ponta Grossa em um patamar de referência e relevância no cenário de produção de energia fotovoltaica no Brasil”, comemora.
Somadas, as duas usinas contam com mais de 21 mil painéis solares distribuídos em 176000 m², o que é equivalente a 21 campos de futebol. Juntas, elas têm a capacidade de abastecer aproximadamente 15 mil casas populares. A previsão é que as obras sejam concluídas até janeiro de 2024, com início de produção imediatamente após a finalização e ligação da usina à rede de energia da distribuidora.
Opção de investimento
A construção de usinas tem se tornado uma opção para quem quer investir e diversificar as fontes de receitas. Em uma região com predominância no agronegócio, como é o caso dos Campos Gerais, os produtores têm despertado para este modelo de negócio. Com um payback (tempo de retorno do investimento) médio de seis anos, como é o caso das usinas Tocantins e Taquari, a rentabilidade para quem opta por investir em usinas ou fazendas solares chega até 1000% do valor investido pelo período de 25 anos. Esse tempo é o equivalente a garantia de performance dos módulos solares pelo fabricante. “Toda a estruturação dos estudos de viabilidade econômica, levam em conta a depreciação dos módulos solares de 0,7% a.a. Não significa que a usina deixará de produzir depois deste tempo.”, explica o empresário. Ele conta que a procura pela construção de usinas, mesmo dentro da nova legislação, tem aumentado. “O produtor pode dispor de uma área para a construção da fazenda solar em sua própria propriedade ou podem ser áreas arrendadas de terceiros. O contrato de fornecimento de energia gerada é feito junto a cooperativas que distribuem para empresas que optam por ter uma energia mais barata sem ter nenhum investimento. Além disso, existem outras iniciativas de empresas que buscam energia limpa em virtude de políticas de ESG, por exemplo”, explica. Segundo ele, são vários os aspectos que precisam ser analisados para tornar esses projetos lucrativos, além de considerar toda a preocupação com sustentabilidade, que tem crescido muito pelo mundo e ganhado cada vez mais força e relevância no Brasil. “Este modelo de negócios que desenvolvemos vem como uma alternativa ao mercado de investimento financeiro, onde o cliente tem uma possibilidade de diversificar sua carteira, além do convencional oferecido pelo mercado”, destaca. Ele explica que toda a estruturação de negócio, a busca de linha de financiamento, soluções em engenheira e construção garantem a viabilidade do negócio. “Além disso, trazemos o consumidor para a energia gerada das usinas, fechando assim o ciclo do negócio.”, finaliza.
da assessoria