A retomada do crescimento do estado do Paraná deve ser alavancada pelas obras de infraestrutura. É o que defende o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

Segundo o secretário, o cronograma de obras previsto para 2020 está mantido. “O governador [Carlos Massa Ratinho Junior] quer sair o mais rápido possível dessa crise, e, para isso, vai investir em obras. Elas geram muito emprego e muito investimento nos municípios, e vão ajudar a retomar o crescimento e o desenvolvimento”, afirma. 

O valor das obras continua em R$ 3 bilhões mesmo com os altos investimentos na área de saúde. “Nós não estamos tirando nenhum recurso da saúde. Ao contrário, a prioridade do governador são os investimentos na saúde, UTI e respiradores”, destaca.

“O governador [Carlos Massa Ratinho Junior] quer sair o mais rápido possível dessa crise, e, para isso, vai investir em obras”

Campos Gerais

De acordo com o secretário, a região dos Campos Gerais deve se transformar em um verdadeiro “canteiro de obras”. “Nós estamos recebendo os projetos que foram concluídos em março e vamos anunciar em breve o início da construção de um viaduto de acesso à cidade em frente à Tetra Pak, e também o início da construção da entrada secundária de Ponta Grossa, próximo à DAF Caminhões, e de mais duas obras na Souza Naves”, enumera.

Os municípios vizinhos de Ponta Grossa também serão contemplados com obras de infraestrutura. “O primeiro viaduto já está sendo construído. Trata-se do viaduto do Trevo das Brotas, em Piraí do Sul. Nós demos a ordem de serviço na semana passada e ele já começou”, relata.

A região também deve contar com a continuidade da duplicação da Rodovia do Café, no sentido Ponta Grossa a Imbaú; com a construção de dois viadutos em Campo Largo; e com o contorno em Castro. Sandro acrescenta ainda a continuidade da pavimentação na rodovia que liga Irati a São Mateus do Sul (PR-364), no valor total de R$ 100 milhões. 

Outra novidade anunciada pelo secretário é o projeto de duplicação e ampliação da rodovia que liga Ponta Grossa a Palmeira (PR-151). “É importante esclarecer que ainda não é a obra, mas, sim, o projeto. Sem o projeto não tem obra. É o mesmo caso da pavimentação e das melhorias na rodovia que liga Ipiranga a Ivaí, que ainda serão colocadas em projeto para depois se fazer a obra”, explica. 

“Nós estamos recebendo os projetos que foram concluídos em março e vamos anunciar novas obras em breve”

Aeroportos regionais

Na avaliação de Sandro, a aviação foi um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus. Ele lembra que o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, que normalmente realizava cerca de 180 voos por dia, está operando com apenas três voos diários. Os aeroportos de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Foz de Iguaçu tiveram voos cancelados e estão parados. 

“É um prejuízo gigantesco. Ponta Grossa vinha em uma ascensão, e, com o início das operações para Foz do Iguaçu, teria o seu quinto voo diário. Não vai ser fácil, nós sabemos que as empresas vão passar dificuldade, mas espero que a gente retorne e volte a ter todas as operações”, aponta. 

O secretário, porém, garante que a ampliação do terminal de passageiros do Aerporto Sant’Ana não será paralisada. “Nós devemos fazer a abertura da licitação nas próximas semanas. O projeto foi aprovado e o dinheiro já está na conta”, afirma.  

Contratos de pedágio

O tema mais complexo da pasta, na visão do secretário, são as praças de pedágio. Mas ele adianta que a população pode esperar novidades. “Foi feito um contrato de concessão muito ruim para o usuário, e a nossa intenção é que isso seja revisto. Não fui eu quem fez esse contrato. Ele é dos anos 90, e encerra em novembro de 2021. Nós já começamos o processo e vamos entrar com um novo contrato, com transparência, tarifa mais baixa e preço justo”, revela. O novo contrato vai valer para todas as concessionárias do estado.

“Nós vamos entrar com um novo contrato [de pedágio], com transparência, tarifa mais baixa e preço justo”

Leitos clínicos e de UTI

Recentemente, Sandro anunciou 62 novos leitos de UTI e 163 clínicos para os Campos Gerais, a fim de auxiliar no combate ao coronavírus. “Alguns já estão sendo utilizados e outros vão ficar no que a gente chama de retaguarda, ou seja, não gostaríamos de usá-los. Seria melhor que as pessoas não precisassem usar esses leitos que estão na retaguarda, mas nós temos que estar prevenidos”, diz. Entre as cidades beneficiadas, estão Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Castro e Irati.

Ponta Grossa deve receber 30 novas UTIs — 20 para o Hospital Universitário (HU) e dez na retaguarda para o Hospital Bom Jesus. “Primeiro temos que deixar os hospitais em funcionamento com a sua capacidade ampliada, e a gente espera que eles possam suprir a demanda, para depois pensar naqueles que estão fora de operação. Não é uma logística tão simples, devido à contratação de profissionais”, explica. Dentre os hospitais que podem ser reativados para atender pacientes com COVID-19 em Ponta Grossa, está o Hospital Evangélico, fechado desde 2016.

“Primeiro temos que deixar os hospitais em funcionamento com a sua capacidade ampliada, para depois pensar nos que estão fora de operação”

Nova ponte Brasil-Paraguai

A segunda ponte que liga Brasil e Paraguai também está mantida, adianta Sandro. “Não paramos a obra, e ela já está com 10% de execução. É uma obra importante, não só para o Paraná, mas também para o Brasil”, destaca. O valor do investimento é R$ 400 milhões. 

Iniciativa privada

Sandro Alex observa ainda que a participação da iniciativa privada é “fundamental” no atual momento pelo qual passam o Paraná e o Brasil. O secretário cita exemplo do ‘Projeto Puma’, desenvolvido pela fábrica de celulose Klabin, que prevê o investimento de R$ 500 milhões em ampliação de capacidade das rodovias. “Esse projeto atinge em cheio a região dos Campos Gerais”, conclui.  

Por Michelle de Geus | Foto: Agência Estadual de Notícias