Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024

Grupo de pesquisa da UEPG estuda ocorrência de tornados no Brasil

2024-01-08 às 18:05
Foto: Moisés Kuhn/D’Ponta News

Um grupo de pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) publicou, recentemente, um estudo inédito sobre a ocorrência de tornados no Brasil. Em entrevista ao programa Manhã Total desta segunda-feira (8), transmitido pela Rádio Lagoa Dourada FM (105.9 FM para Ponta Grossa e 92.9 FM para Telêmaco Borba), a professora coordenadora do projeto, Karin Linete Hornes, explicou quais são os objetivos do grupo.

Hornes relata que o Brasil não dispõe de um órgão específico que faz o registro dos tornados. Diferente dos Estados Unidos, que há muito tempo registra as atividades tornádicas que acontecem no país, no Brasil, o órgão que se dedica a realizar o registro de algumas atividades é a Defesa Civil. “No entanto, a Defesa Civil só registra atividades tornádicas que causaram danos de grande monta e acionaram o órgão, então muitas atividades que aconteceram na área rural […] não entra para contabilização do registro da Defesa Civil, sem contar tornados que as pessoas visualizaram, filmaram, não geraram danos, porque passaram em propriedades rurais, lavouras, e por sorte não pegou em nenhuma habitação, também não são registrados”, explica.

Desta forma, o objetivo do grupo é de construir “um grande banco de dados para auxiliar a população a reconhecer os locais que mais são afetados por esse fenômeno”, conforme enfatiza a professora Karin Hornes.

Período com maior ocorrência de atividades tornádicas

Segundo a coordenadora do projeto, a primavera é a estação com mais atividades tornádicas, fato que também ocorre nos Estados Unidos. “Em todas as estações são possíveis registrar atividades tornádicas, mas algumas concentram o maior número de atividades, principalmente primavera, seguida do verão e o outono”, diz.

Isso acontece porque a primavera é uma estação de transição. “Temos frentes frias muito fortes que conseguem avançar e a gente está em um período que o sol está iluminando mais o hemisfério sul e aquece mais a superfície, e quando a gente tem uma frente fria e aqui está muito aquecido, vai ter uma tempestade forte, porque vai ter uma convecção, o ar frio e o ar quente vão entrar em rotação e quanto mais quente e mais fria estiver essa nuvem, mais rápido essee sistema vai girar, então mais vendaval e mais possibilidades de atividades tornádicas nós vamos ter”, declara.

O final da tarde é o período do dia mais propício a ocorrer este tipo de fenômeno. Este dado é importante para que a população possa se programar e prevenir. Uma dica é acompanhar os alertas emitidos por órgãos e institutos oficiais, como Simepar e a Defesa Civil, que envia os alertas para celulares cadastrados na plataforma. Para saber mais, clique aqui. 

Entre os casos de atividades tornádicas mais relevantes, está uma situação registrada em 1997, em Nova Laranjeiras, no Paraná, quando um tornado categoria EF3 atingiu o município. “Saiu na Revista Veja na época, um dos poucos tornados registrados na mídia, e ele chegou a levantar  e retorcer um caminhão. A gente acha que os tornados só acontecem nos EUA, mas aqui existem muitos”, completa.

Confira a entrevista completa: