Domingo, 13 de Outubro de 2024

Diabetes: Médico explica principais cuidados para evitar a doença

2024-01-23 às 16:17
Foto: Moisés Kuhn/D’Ponta News

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (23), o médico clínico geral Dr. Leodocir Bonfati comentou sobre os cuidados e formas de tratamentos para o diabetes.

O médico explica que o diabetes possui dois tipos principais: o tipo 1 e o tipo 2. “O tipo 1 é aquela que até criança tem, que o pâncreas para de produzir a insulina. A insulina seria um hormônio que o corpo produz para quebrar os açúcares que a gente tem no corpo, os carboidratos. A pessoa que tem muito açúcar no sangue é a pessoa diabética. A pessoa tipo 1 usa insulina para poder melhorar a glicose do organismo”, explica. Já o tipo 2 ocorre em pacientes que produzem pouca insulina. “São usadas algumas medicações para aumentar ou estimular o pâncreas a produzir mais”, completa.

Segundo o médico, atualmente a medicina considera que existem mais classificações para a doença. “No caso da diabetes tipo 1 é um problema autoimune, ou seja, nosso próprio corpo produz anticorpos contra o pâncreas, por isso, ele produz menos insulina, e o diabético tipo 2, o próprio pâncreas começa a entrar em falência. Começa a ficar mais preguiçoso. Alguns tipos de insulina, que os corpos produzem, que não conseguem fazer a quebra da glicose de maneira adequada, outros tipos que acontecem em situações especiais, como diabetes gestacional. Hoje se sabe também que existe uma diabetes que é mesclada entre a tipo 1 e o tipo 2. O paciente tem uma produção de insulina, mas é uma produção menor do que deveria ser, também por questão autoimune”, relata.

Cuidados

Os principais pontos de atenção com relação ao diabetes são os cuidados com a questão alimentar, prática de exercício físico, controle da obesidade, do estresse e do sono. “O único culpado da pessoa ter diabetes não é apenas do açúcar. O açúcar tem uma boa probabilidade de causar, mas o que leva a pessoa a ter diabetes é não se cuidar em todas as outras áreas de vida. Temos mais de 500 milhões de diabéticos no mundo. Desses, 1% vai morrer por ano. Disso, 90% são diabéticos do tipo 2, que desenvolveram a diabetes com a idade, porque não cuidaram com relação a obesidade, alimentação, exercício físico, etc”, alerta. O uso de medicação é “muito importante”, segundo o médico, porém é necessário dar atenção a estes cuidados gerais também.

Bonfati ainda acrescenta. “E por que tentamos controlar o peso dos pacientes diabéticos? Porque quanto mais gordura corporal a gente tem, mais resistência á insulina a gente tem, e menor é a quebra da glicose por parte da insulina que o paciente produz”, pontua.

Insulina

Leodocir ainda explica que no caso da insulina, o problema principal é que ela não podia ser administrada via oral, “porque era metabolizada pelos ácidos que a gente tem no estômago e pela digestão, não fazendo efeito como insulina, ou seja, não tinha efeito nenhum, por isso que a insulina é injetada, principalmente de forma subcutânea”, diz.

“Agora, eles [cientistas] descobriram nanopartículas que conseguem manter a insulina lá dentro, até ela entrar no sangue, para só depois a nanopartícula quebrar para poder ser metabolizada e funcionar como insulina realmente. Então na teoria da pesquisa, tem que ver se ela tiver continuidade, se conseguirem inventar essa nanopartícula que consegue ser absorvida e fazer o efeito de insulina, pode ser utilizada”, afirma.

Pré-diabetes

O normal de uma pessoa é ter de 60mg/dL a 100mg/dL de glicose no sangue em jejum. “Quando a gente come, a tendência da glicose é subir, da mesma maneira o pâncreas deve produzir insulina para baixar o valor total de glicose que está subindo. Uma pessoa que tem diabetes, aquela que não produz nada de insulina, a glicose vai subir bem mais do que aquela que produz um pouquinho de insulina”, diz.

Entretanto, até 130mg/dL é considerado como pré-diabetes e a acima de 130, já é o diabetes propriamente dito. Para descobrir os níveis de glicose no sangue é necessário fazer um exame de sangue em jejum. Também é possível fazer essa análise através do exame de hemoglobina glicada que vê a diabetes dos últimos três a quatro meses anteriores.

“Mas temos que enfatizar os cuidados alimentares, exercício físico, tudo isso tem que ser cuidado muito antes da diabetes aparecer, e quando aparecer tem que ser otimizado esse cuidado ainda mais”, finaliza.

Confira a entrevista na íntegra: