Domingo, 13 de Outubro de 2024

Conheça os diferentes benefícios da fisioterapia pélvica

2024-01-29 às 15:54
Foto: Moisés Kuhn/D’Ponta News

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (29), a fisioterapeuta Gerys Dugonsky explicou sobre os diferentes benefícios da fisioterapia pélvica para pacientes.

Além do tratamento voltado para as questões sexuais, tanto em homens como em mulheres, a profissional explica que os benefícios também são aplicados em pacientes que estão em recuperação após cirurgias como prostatectomia (retirada da próstata), pacientes com câncer na região pélvica, mulheres gestantes e após o parto, e pacientes com disfunções na bexiga e até mesmo intestino, pois a área engloba todo o ‘assoalho pélvico’ do indivíduo.

“Nós todos temos a região pélvica, que é a região dos nossos quadris, essa região chama-se cintura pélvica, todos os órgãos que estão alocados ali, tanto do homem, como da mulher, além da bexiga, intestino, tudo isso faz parte do grupo da fisioterapia pélvica”, destaca.

Ações preventivas

Embora seja uma área um pouco “esquecida” da fisioterapia, segundo Gerys, as ações preventivas também podem auxiliar os pacientes antes mesmo de acontecer algo mais grave. “O mal funcionamento do intestino pode acarretar em várias doenças. Sempre brinco com meus pacientes, tem aquela expressão “a pessoa está enfezada”, de mal humor, desestabilizada. E esse termo em si significa que a pessoa não está conseguindo evacuar. A fisioterapia, através de manobras que vão estimular o peristaltismo, consegue eliminar, ajudar o paciente na evacuação”, pontua.

Da mesma forma, os pacientes que sofrem com incontinência fecal, principalmente os idosos, ou aqueles que passaram por um tumor, acidente de carro ou cirurgia bariátrica. “Essa incontinência não é a perca somente das fezes, mas também flatulências. A fisio vem para ajudar e fortalecer essa musculatura, auxiliando esse peristaltismo, além de que temos técnicas de eletromiografia que podem ajudar também na estimulação, não só muscular, mas também da parte nervosa. Tem alguns pacientes que acabam perdendo o controle por serem pacientes que tiveram traumas na coluna, ou até AVC. Aí também podemos ajudar, com estimulação elétrica”, completa.

A rotina agitada do dia a dia, muitas vezes atrapalha as idas ao banheiro dos pacientes, conforme explica a fisioterapeuta. O fato de segurar o xixi ou as fezes por muito tempo, pode fazer com que a bexiga fique “preguiçosa”. “Ela sente menos necessidade e teu cérebro vai fazer com que você tome menos água, já para que possa evitar essas idas ao banheiro. Vai acarretar ‘N’ problemas”, enfatiza, entre eles o fato da bexiga não esvaziar em sua totalidade. “Depois, mais para frente, quando não cuida disso, quais são os danos? É a perca urinária, porque sua bexiga está cheia, por mais que não tenha vontade de urinar, ela está cheia e vai ter que sair por algum lugar, e aí vai ter percas urinárias, tanto homem, como mulher, que é aquela coisa que você vai no banheiro, faz xixi, e depois coloca a roupa íntima e vai ver, está molhado. Aquele líquido é porque sua bexiga não está esvaziando na totalidade, já perdeu a complascência”, alerta. Desta forma, a fisioterapia pélvica atua no fortalecimentos dos músculos para a reabilitação.

Exercícios

Para ajudar nestes sintomas, é possível fazer o exercício de ‘contrair’ e ‘relaxar’ a região íntima. “Da mesma forma como você vai pegar um halter na academia e fazer um exercício de bíceps, você vai se concentrar na musculatura da região pélvica, e vai fazer um exercício de contrai e relaxa, mas não pode estar com a bexiga cheia. Quando forem fazer esse exercício, não dá para parar o xixi e fazer esse exercício, de segurar e soltar o xixi, porque pode fazer ingurgitação e não é legal, porque nosso xixi contém bactérias, que pode ser prejudicial”, orienta.

O paciente deve realizar o exercício sentado, primeiramente, e depois em pé e deitado. “Vai se concentar na região pélvica e vai imaginar que está fazendo xixi e fazer o exercício de segurar o xixi e soltar. Tentar isolar a musculatura do bumbum e da região da barriga. O contrai e relaxa tem que fazer especificamente na região do pênis e da vagina. Vai imaginar o contrai e relaxa progressivamente. Primeiro contrai, relaxa. Depois contrai, contrai, contrai e depois relaxa”, explica.

Ações curativas

Quando algo já está incomodando o paciente, a fisioterapeuta Gerys Dugonsky pontua que é possível aplicar diferentes métodos, a depender do caso de cada indivíduo. “Tem a eletromiografia, trabalhamos com pesos de 10g a 240g. O que temos que levar em consideração é que o órgão do homem é para fora e o da mulher é para dentro. Embora nós utilizamos a mesma técnica, os meios de serem feitos são um pouco diferentes. Existe a corrente russa que aumenta a potência muscular, traz força muscular, os atletas geralmente fazem após cirurgias, aí usam aqueles eletrodos para incentivar a musculatura. E aí no homem os eletrodos vão no corpo do pênis e na mulher, são sondas intravaginais”, explica.

Dor na relação sexual

Gerys acrescenta que mulheres que sentem dor na relação sexual podem – e devem – procurar a fisioterapia pélvica para buscar uma melhor qualidade de vida e de relacionamento. “Algumas pessoas me procuram por dor na relação sexual. São aquelas meninas que vão fazer exame ginecológico do papanicolau e não consegue colocar o espéculo, o próprio médico vai tentar introduzir e ela fala que tem dor”, diz.

“Existem várias técnicas de fortalecimento da vagina, que vão fazer com que a mulher tenha um ganho novamente dessa massa muscular da região, para que ela possa voltar a sentir o prazer, não só o homem. Da mesma forma que o homem fala que a mulher está mais ‘flácida’, a mulher também não vai estar sentindo nada, não vai ter aquele atrito, para nenhum dos dois”, pontua.

Para saber mais sobre o assunto, acompanhe Gerys nas redes sociais: @dras.fisio

Confira a entrevista na íntegra: