Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024

Deputada Gleisi Hoffmann aponta contradições na convocação de ato por Bolsonaro

2024-02-15 às 11:19
Foto: Gabriel Souza

A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, criticou a convocação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para um ato “em defesa do estado democrático de direito”. A parlamentar relembrou que o ex-presidente “nunca respeitou” a democracia e fracassou na tentativa de golpe após ser derrotado nas eleições de 2022.

“A convocação desse ato por Bolsonaro é estarrecedora”, declarou Hoffmann, destacando a ironia de alguém que historicamente defendeu ditaduras e atacou o Estado Democrático de Direito. A parlamentar listou também uma série de atos e declarações do ex-presidente que demonstram sua postura antidemocrática, incluindo a defesa da ditadura militar, a extinção de mecanismos de participação social, a promoção de armamento de milícias, a disseminação de mentiras por meio de um “gabinete do ódio” e ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Confira abaixo a lista de atos publicada pela deputada em suas redes sociais:

Sempre defendeu a ditadura, a tortura e os torturadores;
Seu primeiro ato na presidência extinguiu os mecanismos de participação social nas políticas públicas;
Seus primeiros decretos visaram a armar, municiar e incentivar bandos fascistas e de milicianos;
Montou um gabinete do ódio no Planalto para disseminar mentiras e ameaças contra todo e qualquer adversário;
Montou uma Abin Paralela para espionar adversários e até ministros de Tribunais Superiores;
Usou o Sete de Setembro para ameaçar as instituições e ofender ministros do Supremo;
Ameaçou fechar o STF (“basta um cabo e um soldado”, na voz de um de seus filhos e cúmplices);
Convocou desfile de tropas em Brasília para intimidar a Câmara no dia da votação do projeto do voto impresso;
Tentou desacreditar o sistema eleitoral, inclusive diante do corpo diplomático, atacando a urna eletrônica;
Faltando três meses para as eleições presidenciais, com pesquisas prevendo sua derrota, reuniu o ministério para cobrar ação contra o adversário, a Justiça Eleitoral e o STF;
Na mesma reunião, tratou de espionagem de campanhas, “virada de mesa” e medidas para impedir a eleição de Lula;
Derrotado nas urnas, não reconheceu a vitória do adversário nem a legitimidade do processo eleitoral; tentou de todas as formas encontrar fraudes inexistentes;
Incentivou ocupações de rodovias e acampamentos diante de quartéis, financiados clandestinamente e tolerados por comandantes militares; de onde partiram a baderna de 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula, e o atentado a bomba contra o aeroporto de Brasília na véspera do Natal;
Preparou um decreto ilegal de estado de sítio, prevendo a prisão do presidente do TSE, que manteve sob monitoramento clandestino, e a anulação das eleições;
Conspirou com chefes militares e comandantes de tropas especiais na preparação de um golpe para impedir a posse de Lula e manter-se no poder;
Fugiu do país, levando joias roubadas ao patrimônio público, e assistiu de camarote os atentados de 8 de janeiro, financiados organizados por seus apoiadores civis e militares.

Para Gleisi, a mídia não deve normalizar esse tipo de convocação, visto que isso poderia contribuir para a legitimação de práticas antidemocráticas e colocar em risco a estabilidade do país. “Não há legitimidade nesse ato. Ele é contra a Constituição! O Brasil superou recentemente uma tentativa de golpe e sabemos bem o risco que corremos. Não podemos flertar com o perigo”, complementou.

“Esse ato na Paulista não será, certamente, para que ele se defenda dos crimes que praticou, e nem pode ser visto como liberdade de expressão. É mais uma tentativa de se contrapor ao devido processo legal, já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer. Será para seguir ameaçando as instituições e os adversários, que ele trata de inimigos. Será para mentir ainda mais sobre suas próprias mentiras”, finalizou a deputada.