O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (14) que autoridades “covardes” ficaram “atrás de seus gabinetes” incentivando pessoas a tentarem dar um golpe e que agora “tentam se esconder” na imunidade parlamentar “enquanto aqueles que eles instigaram estão com penas de 12 a 17 anos”.
A fala foi feita durante julgamento em que a Corte, por maioria, negou um recurso de um candidato a deputado federal no Ceará contra sua condenação à inelegibilidade.
Deputado estadual e ex-delegado de polícia, Francisco de Assis Cavalcante Nogueira fez ameaças em um discurso em que falou em ganhar a eleição “na bala” e em não deixar que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) “perca a eleição pra alguns ladrões”.
Segundo Moraes, o discurso do político, feito em um palanque em 7 de setembro de 2022, é “criminoso, antidemocrático e golpista”, e é “o discurso que gerou o dia 8 de janeiro”.
Conforme Moraes, no discurso o então candidato instigou a desobediência contra a Justiça Eleitoral, levantou a possibilidade de fraude nas urnas e incentivou a violência armada.
“O modus operandi dessa milícia digital golpista, nos últimos cinco anos, sempre foi o mesmo. Uma fala, uma subversão, se grava, eles mesmos se gravam, a única organização criminosa que se grava para facilitar o trabalho da polícia, e depois passam nas redes. Só que isso foi muito mais além das redes”, disse o magistrado, ao citar que o discurso do político foi noticiado nos jornais e na televisão.