Domingo, 06 de Outubro de 2024

Patrícia Dijkstra ressalta importância da informação para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes

2024-04-03 às 14:09

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (03), a educadora parental, Patrícia Dijkstra, e a secretária de Cidadania e Segurança Pública de Ponta Grossa, Tânia Sviercoski, comentaram sobre a campanha Maio Laranja.

Maio Laranja

Durante a campanha Maio Laranja são realizadas atividades efetivas em todo o território nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. “Nos dias de hoje, esse abuso a crianças e adolescentes também está acontecendo através da internet. Em muitos casos, o início desse problema que a sociedade enfrenta está nesse meio e as nossas crianças não estão preparadas para isso”, explica Patrícia.

A educadora parental reforça que é muito importante que os pais estejam preparados para orientar os seus filhos sobre essa pauta e que a escola também tem um papel muito importante nesse processo. “Uma preparação realizada nesses diferentes ambientes deixará as crianças informadas e saberão como agir caso encontre um ‘predador’ na internet. Essa campanha é muito importante, porque essa preparação não está sendo feita e é urgente que falemos sobre esse tema”, ressalta.

Jogos online

Tânia pontua que os jogos online que as crianças jogam devem ser monitorados por um responsável, porque em muitos casos as crianças se comunicam com pessoas que não conhecem e não sabem as suas verdadeiras intenções. “Nós temos que estar sempre observando as nossas crianças, porque hoje em dia eles têm acesso a esse mundo digital e sabem utilizá-lo até melhor do que nós”, pondera.

Patrícia acrescenta que muitos criminosos observaram nesses jogos online um facilitador para conseguirem se comunicar com as vítimas. “Há um período, um homem foi preso por aliciar crianças através de jogos online. O criminoso se passava por criança e oferecia benefícios no jogo para caso a vítima fizesse aquilo que ele estava pedindo”, relembra.

A educadora ainda reforça que o método que esses criminosos utilizam faz com que ganhem a confiança das vítimas aos poucos, não deixando o crime perceptível. “Eles começam pedindo a foto de um pet da vítima, por exemplo, e vão evoluindo para detalhes da casa e afins. Chega um momento em que pedem a foto de algum membro do corpo e vai evoluindo para a prática abusiva”, pondera.

Extorsão e abalo psicológico

Patrícia afirma que quando os ‘predadores’ conquistam o seu objetivo, eles passam para a prática de extorsão. “Como a vítima é uma criança e não possui dinheiro, esses criminosos exigem mais fotos e conteúdos afins para não divulgar as fotos que já havia recebido. O medo de que essas fotos sejam vistas pelos pais ou por colegas faz com que a vítima continue enviando esses conteúdos e passe a ter um abalo psicológico”, explica.

Ela complementa que o primeiro sinal que a criança, vítima desse tipo de abuso, começa a dar é o de ‘se fechar’. “Algumas vítimas passam a ficar fechadas [para relações interpessoais] e a se mutilar. Existem muitos estudos que mostram que o maior índice de mutilação vem de extorsões da internet”, finaliza.

Serviço

Confira os conteúdos da Patrícia Dijkstra através do seu instagram.

Confira a entrevista completa: