Domingo, 06 de Outubro de 2024

Hematologista ressalta que o principal ‘combustível’ para a medula óssea é uma alimentação rica em nutrientes

2024-04-08 às 15:01

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (08), o médico hematologista, Dr. Lucas Kraeski Krum, comentou sobre a especialidade e tipos de anemia.

Hematologia

A hematologia é a especialidade médica que realiza os estudos e tratamentos para doenças do sangue e órgãos hematopoéticos, que é onde se formam as células do sangue. O médico hematologista identifica e realiza o tratamento para as alterações no sangue e é o responsável pelo cuidado das doenças da medula óssea, do baço, do sangue e dos linfonodos.

“Essa especialidade é muito abrangente, porque ela também agrega a hemoterapia juntamente com a hematologia. Tudo que está relacionado ao sangue e ao sistema imunológico é o hematologista que irá cuidar, então vai desde a transfusão sanguínea, doação de sangue, transplante de medulas e tratamento de anemias até as causas malignas, que são os linfomas, mielomas e as leucemias”, explica o Dr. Lucas.

Ele explica que essa especialidade era atrelada à oncologia, porém a sua abrangência fez com que existisse essa separação. “Como a questão das doenças sanguíneas é muito abrangente, a hematologia e a oncologia foram separadas. Existe uma diferença entre o tratamento dos cânceres hematológicos para o do câncer sólido, que é a oncologia que cuida”, afirma.

Anemia

A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais. As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.

“Ela não é uma doença em si, mas um sinal de que alguma coisa não está indo bem no organismo do paciente. Existem muitas causas de anemia, que podem ocorrer por falta de ferro, de vitamina B12 e até mesmo por uma talassemia ou anemia falciforme, que são anemias genéticas”, ressalta. “Como existem muitas causas para a anemia, primeiro precisamos descobrir a causa para conseguir realizar o tratamento”, complementa.

O hematologista pontua que quando o paciente está com anemia é perceptível a coloração mais pálida da pele do paciente. “Você percebe que a pessoa está ficando mais pálida, então ao olhar a palma da mão e a mucosa do olho consegue ter a percepção de que ela está mais pálida do que o normal”, assegura. “Os sintomas principais são bem inespecíficos, então o paciente começa a ter um cansaço inexplicável e quando precisa realizar um esforço maior se sente muito cansado. Além disso, dependendo das causas, o paciente pode ter queda de cabelo, unhas mais fracas e ressecamento da pele”, pondera. 

Envelhecimento de células

O Dr. Lucas aponta que conforme as pessoas vão envelhecendo, todas as células do corpo vão envelhecendo junto. “A medula óssea não é diferente. Ela é a nossa fábrica de sangue, então ela está dentro dos nossos ossos e é ela que vai produzir o nosso sangue”, ressalta. “Com o passar do tempo, essa medula pode envelhecer e ocasionar a síndrome mielodisplásica, que é aquela anemia do idoso, então aquele idoso que não possuía anemia passa a desenvolvê-la e começa a cair as plaquetas e baixar a sua imunidade. Isso acontece porque a medula começou a ficar mais velha e começou a ‘dar defeito'”, afirma.

Ele complementa que na maioria das vezes a medula óssea é um tecido que se renova de uma maneira mais fácil. “Ela é um tecido que não envelhece facilmente, porém em alguns pacientes ela começa a envelhecer e apresentar alterações no hemograma”, assegura.

‘Combustível’ para a medula óssea

O especialista explica que o principal fator que contribui para o não envelhecimento da medula óssea é uma alimentação saudável. “A medula óssea também precisa ter o combustível para ela, então a primeira coisa que fazemos quando vamos investigar uma anemia é observar se não é por falta de combustível para a medula”, pontua.

O Dr. Lucas complementa que o principal combustível para a medula óssea é o consumo de alimentos ricos em nutrientes. “O principal deles é o ferro, principalmente o que vem da carne vermelha; a vitamina B12, que também é de origem animal e é muito importante; e o ácido fólico, que possui a sua origem vegetal”, finaliza.

Serviço

O Dr. Lucas Kraeski Krum atende no Centro Médico da Santa Casa, localizado na R. Nilo Peçanha, 1361 – Estrela; e o telefone para contato é: (42) 3122-3150.

Confira a entrevista completa: