Segunda-feira, 30 de Setembro de 2024

Ex-diretora do Instituto de Educação detalha afastamento da instituição

2024-06-11 às 14:40

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (11), a ex-diretora do Instituto de Educação Prof. César Prieto Martinez, Carmen Souza Pinto, falou sobre o seu afastamento da instituição.

Na manhã de sexta-feira (7), o Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa (NRE-PG) se manifestou sobre o afastamento da diretora, através de um nota enviada ao portal D’Ponta News. Você pode conferir a nota na íntegra aqui.

Posicionamento da professora

Carmen afirmou ter sido afastada do cargo após ter se posicionado contra o programa ‘Parceiro da Escola’, que irá terceirizar a gestão administrativa de 200 escolas estaduais do Paraná. Por meio de uma transmissão ao vivo no Facebook, na tarde de quinta-feira (6), ela declarou que ‘não irá se calar’. 

Ela assegura que havia sido escolhida como diretora da instituição após uma eleição bastante concorrida. “Eu fui escolhida como diretora do Instituto, através de um eleição com três chapas diferentes que foi bem concorrida. Na ocasião, ganhei por apenas sete votos de diferença”, recorda. “Foi um desafio muito grande em fazer a gestão de uma escola, em que praticamente a metade dos votos tinham sido para as outras chapas”, complementa.

A professora comenta que recebeu o documento com o aviso que havia sido afastada da direção da instituição, mas que seu coração estava tranquilo em relação a isso. “Eu estou bem tranquila, porque quando você sabe o que faz o seu coração fica leve. Eu questionei o motivo pelo qual estava sendo afastada e o relatório destacou que foi devido ao vídeo que fiz na minha casa, me manifestando contrária ao programa ‘Parceiro da Escola'”, explica. “No vídeo, eu falei que sou a favor da escola pública, que acredito na escola pública e que não concordo com a ‘privatização'”, acrescenta.

Carmen assegura que é contrária ao projeto, devido à experiência que possui como gestora. “Eu já atuo como gestora há anos, então já fui diretora do Colégio Estadual José Elias [da Rocha], chefe do Núcleo [Regional de Educação de Ponta Grossa] e agora estava como diretora do Instituto de Educação. Eu acredito que com a ‘privatização’ iremos perder muito na educação, porque é importante ter na gestão de uma escola o administrativo e o pedagógico, mas que sejam cargos da escola”, argumenta. “Essa pessoa que está dentro da escola saberá a realidade dos nossos alunos e é necessário ter esse olhar, observando que são crianças carentes e que possuem dificuldades”, pondera.

Ela pontua que já existem os funcionários terceirizados dentro das escolas públicas. “Um exemplo é a Tecnolimp, que possui os funcionários terceirizados, que são agentes da limpeza, cozinha, inspetores e da secretaria. Na prática, acontece que estou cuidando da escola e a empresa decide tirar um funcionário. Assim como ela tira, ela coloca outro funcionário para substituí-lo”, afirma. “No ano passado, eu estava com várias situações da escola para resolver e recebi a informação que duas funcionárias haviam sido demitidas, sendo pega de surpresa. A partir disso a comunidade escolar te cobra, acreditando que você é a culpada por ser a diretora da instituição e essa é uma das preocupações que temos”, complementa.

Segundo a ex-diretora, o salário que esses funcionários terceirizados ganham não é o que deveriam receber e, quando acontece essa troca de funcionários, a administração da escola fica de ‘mãos amarradas’. “Pode-se dizer que eles ganham um salário ‘horrível’. É injusto e desumano. Quando as duas funcionárias, que citei anteriormente, saíram houve um transtorno na escola, porque eram boas funcionárias e não sabemos o motivo pelo qual essas trocas acontecem”, conclui.

Confira a entrevista completa: