Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira (10), o PSOL – Ponta Grossa informou que irá retirar a candidatura de Professora Renata do pleito municipal. A sigla também afirma que irá apoiar Aliel Machado nas eleições de 2024.

O documento inicia trazendo dados referentes às eleições na França e aponta que a “fragmentação entre essas forças progressistas e democráticas só beneficia a extrema direita”. “Setores democráticos, incluindo movimentos, organizações não-governamentais e partidos moderados, devem ser integrados a essa aliança. Derrotar a extrema-direita é fundamental para manter e fortalecer os valores democráticos”, complementa a nota.

O texto também traz considerações sobre os demais concorrentes, bem como pondera sobre as lutas do partido, como a questão da moradia. Confira abaixo a nota na íntegra:

“A votação recente na França mostrou um crescimento alarmante da extrema-direita, com Marine Le Pen obtendo 33% dos votos no primeiro turno. A perspectiva de que essa força política possa alcançar quase metade do parlamento no segundo turno é extremamente preocupante para as forças democráticas. Este avanço da extrema-direita representa um grande desafio para os valores democráticos e a coesão social na França.

Diante deste cenário, é essencial que a esquerda, a esquerda radical e setores que defendem a democracia se unam para derrotar a extrema-direita. A fragmentação entre essas forças progressistas e democráticas só beneficia a extrema direita. A unidade permitiria uma frente sólida e coesa capaz de oferecer respostas convincentes e políticas inclusivas que abordem as preocupações da camada mais pobre da população. Setores democráticos, incluindo movimentos, organizações não-governamentais e partidos moderados, devem ser integrados a essa aliança. Derrotar a extrema-direita é fundamental para manter e fortalecer os valores democráticos.

A necessidade de unidade entre os setores democráticos é igualmente crucial nas eleições de Ponta Grossa. A cidade está enfrentando um caos administrativo após 12 anos sob o controle do grupo político atualmente na prefeitura, liderado por Rangel e a atual prefeita Elizabeth. Este grupo, aliado ao governador, está dividido, o que abre uma oportunidade para um campo unificado democrático chegar ao segundo turno e possivelmente vencer Rangel. A caracterização que fazemos é que Rangel não é um representante legítimo da extrema direita, mas o conjunto de forças sociais que o apoiam são.

Além disso, há um terceiro grupo representado pela família Canto, populistas de direita, com a candidatura de Mabel e a vice Sandra Queiroz, ex-presidente da sociedade rural e ultra conservadora. Apesar de estar em primeiro nas pesquisas, este grupo não representa mudança real e carece de apoio suficiente para chegar ao segundo turno. A Sandra Queiroz foi signatária daquela proposta bizarra da ACIPG de cancelar o título de quem recebe benefícios sociais, como Bolsa Família.

Nos últimos dois anos, a principal militância do PSOL tem sido coordenar a comunidade Ericson John Duarte, organizada pelo Movimento Popular de Luta (MPL). Esta luta envolve 400 famílias cuja luta por moradia depende muito da derrota de Rangel e do PSD para que o direito à moradia possa avançar.

Diante dessa conjuntura, nós, do PSOL, fomos procurados e convidados a fazer parte de uma frente ampla e coordenar a parte do programa de moradia e influenciar a elaboração dos outros pontos do programa.

Nós do PSOL apostamos na luta social dos movimentos e do conjunto dos trabalhadores. Não temos a menor ilusão de que por dentro das instituições será promovida uma transformação social profunda. No entanto, reconhecemos que a unidade é fundamental para derrotar a extrema-direita e seguir o exemplo da França, onde a cooperação entre forças democráticas é essencial para combater a ameaça da extrema direita.

Estando nessa aliança, o PSOL poderá coordenar a parte do programa de moradia, uma questão crucial para a cidade, e aumentar significativamente nossas chances de eleger uma bancada forte do PSOL. Isso nos colocaria em condições reais de eleger não apenas um, mas dois vereadores, nosso objetivo principal nesta campanha. Ao lado disso, atingiríamos nosso objetivo de derrotar Rangel, o governador Ratinho do PSD e retirar do poder esse grupo que são os principais inimigos do PSOL, da democracia, da escola pública e dos movimentos sociais.

Unir a esquerda, a esquerda radical e todos os setores que defendem a democracia é fundamental para derrotar a extrema-direita. Somente através da cooperação e da consolidação de esforços será possível enfrentar eficazmente os desafios atuais e garantir um futuro democrático e justo para todos.

**Diante disso o PSOL Ponta Grossa resolve:**
A. Retirar a candidatura majoritária.
B. Ingressar na frente ampla que tem Aliel Machado como candidato a prefeito, frente integrada por PT, PV, PCdoB, PDT, PSOL e Rede.
Ponta Grossa, 06 de julho de 2024.
*Direção PSOL Ponta Grossa*”