Sexta-feira, 27 de Setembro de 2024

Veterinária de PG dá dicas de cuidados com pets nos dias frios

2024-07-11 às 13:11
Foto: Shutterstock/Divulgação PremieRpet

Durante os dias frios, os pets, independentemente de suas espécies, necessitam de cuidados especiais para se manterem aquecidos e confortáveis. Cada espécie tem suas particularidades, e é importante conhecê-las para garantir o bem-estar dos nossos amigos de pelos, penas, carapaça ou escamas. Confira abaixo alguns cuidados separados pela médica veterinária especializada em medicina preventiva e medicina de animais silvestres e exóticos Marielle Cristina C. Santos:

Cães e gatos

1. Roupinhas: Para os cães, as roupinhas podem ajudar a mantê-los aquecidos, embora nem todos aceitem. Se o seu pet não se importa em usá-las, esse é o momento ideal. É importante retirar a roupa pelo menos uma vez por dia e escovar os pelos para ativar a circulação e prevenir a formação de nós e danos na pelagem. Para os gatos, roupinhas não são indicadas, a menos que o pet esteja adaptado a isso desde filhote. As tocas de tecido acolchoado cumprem bem esse papel sem estressar o animal.

2. Camas: Cães e gatos se beneficiam de uma cama quentinha e confortável com cobertas. Uma cama macia não só proporciona conforto e aquecimento, mas também ajuda a prevenir problemas nas articulações e a formação de calos de decúbito.

3. Casinha ou abrigo: Para os pets que vivem fora de casa, é importante oferecer uma casinha ou abrigo para protegê-los das temperaturas baixas, vento e umidade. Proporcionar uma cama macia e cobertas aumenta o conforto e aquecimento.

4. Secagem adequada: Para os cães, os banhos podem continuar no inverno, desde que a água seja morna. A secagem dos pelos deve ser feita com atenção redobrada, pois a umidade pode predispor a problemas de pele. Atenção especial se o pet usa roupinhas.

5. Vacinação em dia: Manter todas as vacinas atualizadas é essencial o ano todo, mas no inverno as doenças respiratórias se tornam mais comuns. Verifique a carteirinha de vacinas do seu pet!

Coelhos

1. Ambiente limpo e seco: Mantenha o ambiente do seu pet sempre limpo e seco para prevenir doenças de pele e outras alterações que podem surgir em ambientes úmidos.

2. Isolamento térmico: Não deixe o pet em contato direto com o piso frio. Utilize tapetes ou mantas antiderrapantes, que além de manterem o aquecimento, evitam escorregões que podem causar lesões em membros e coluna.

3. Circulação de ar: Deixe o espaço bem arejado para garantir a circulação de ar, mas evite que ventos e correntes de ar atinjam diretamente o pet.

4. Tocas: Forneça tocas para que ele possa se manter aquecido e confortável. Tocas de madeira são ótimas opções, pois mantêm o calor e são bem resistentes. Podem ser forradas com feno para potencializar a retenção de calor, além de serem seguras no caso de ingestão.

5. Temperatura ideal: Muita atenção com aquecedores. A temperatura ideal para o ambiente é entre 15 e 20°C. Acima de 22°C, os coelhos podem reduzir a ingestão de alimentos, e acima de 27°C, a temperatura do corpo do coelho já se torna elevada, o que pode ser muito perigoso.

Aves

É importante mencionar que cobrir a gaiola não aquece sua ave! Cobrir a gaiola pode bloquear as correntes de ar, mas não é suficiente para manter a temperatura adequada que sua ave necessita. Para garantir que sua ave não passe frio, esses cuidados são essenciais:

1. Fontes de calor: Utilize fontes de calor controladas, como lâmpadas de cerâmica que não emitem luz, aquecedores específicos para gaiolas ou aquecedores de ambiente. Lâmpadas de aquecimento devem ficar fora da gaiola para que a ave não tenha contato direto, formando uma fonte de aquecimento focal. Em viveiros, a lâmpada pode ser interna mas precisa ter proteção para que a ave não encoste na lâmpada. Para aves pequenas, lâmpadas de 50 W são suficientes. Para calopsitas e aves maiores, utilize lâmpadas de 100 a 150 W, dependendo do tamanho da ave. Evite aquecedores que emitem luz, pois podem interferir no período de descanso da sua ave, que necessita de 12 horas de luz e 12 horas de escuridão.

2. Localização da gaiola ou recinto: Escolha uma área bem isolada e livre de correntes de ar. Problemas respiratórios são comuns nesta época do ano e podem se agravar se esse cuidado for negligenciado.

3. Temperatura ideal: Em geral, papagaios, calopsitas e periquitos sentem-se confortáveis em temperaturas entre 22°C e 25°C. Atenção aos sinais de que a temperatura não está adequada: ave com penas arrepiadas, mais quieta, encolhida, em “bolinha” e dormindo mais que o normal.

4. Umidade do ambiente: A umidade ambiental é importante. Para aves, o ideal é que se mantenha em torno de 50%. Abaixo disso, é importante utilizar umidificadores. Aquecedores e ar-condicionados tendem a reduzir a umidade do ar. Ambiente seco pode predispor a problemas respiratórios, aos quais as aves têm maior predisposição nesta época do ano. Utilizar termo-higrômetro ajuda a monitorar esses dados. São baratinhos, em torno de R$ 18,00 a 30,00, e além de monitorar a umidade, fornecem dados sobre a temperatura do ambiente.

Répteis

Répteis em geral precisam de fontes de calor o ano todo. Faz parte do manejo básico desse grupo de animais. Serpentes e lagartos precisam de tapetes, pedras de aquecimento, lâmpadas que podem ser de cerâmica ou infravermelho. Para essas espécies, a lâmpada precisa ter proteção para evitar que o pet tenha acesso direto a lâmpada. As pedras e placas precisam ser de qualidade e com controle de temperatura. É importante que essas lâmpadas não emitam luz para não interferir no ciclo do sono no período noturno.

Para os jabutis, as lâmpadas de aquecimento também são importantes, e para os cágados, além do aquecimento por lâmpada na área seca do recinto, é necessário um termostato para manter a temperatura da água na faixa ideal, que varia de 26 a 28°C. Animais que vivem em ambiente externo necessitam de toca com fonte de aquecimento por lâmpada de cerâmica. Cada espécie tem sua faixa ideal de temperatura, que geralmente varia entre 24°C e 30°C. Consulte sempre o que é ideal para o seu pet e utilize equipamentos como termômetros ou termo-higrômetro para controle de temperatura.

Não negligencie esses cuidados no inverno. Os répteis precisam estar na faixa de temperatura ideal da espécie para manter o organismo funcionando adequadamente. Temperaturas baixas interferem na ingestão de alimentos e podem predispor a problemas respiratórios, como pneumonias.

Roedores

Roedores também precisam de atenção especial no inverno. Cada espécie tem sua faixa ideal de temperatura:
– Porquinho-da-Índia: 18 a 26°C
– Chinchila: 10 a 20°C
– Hamster: 18 a 21°C
– Gerbil: 20 a 22°C
– Ratos Twister: 18 a 23°C

Para manter seus roedores aquecidos:

1. Isolamento térmico: Utilize camas e ninhos e tocas bem forrados com feno ou outro material seguro e confortável que ajude a reter o calor. O feno é seguro e não causará problemas em caso de ingestão. Para porquinhos-da-índia, que normalmente possuem cercadinhos, o tecido de soft como forro no chão cumpre bem esse papel de isolamento térmico e controle de umidade. As tocas ajudam a compor um ambiente aquecido e seguro.

2. Evite correntes de ar: Posicione a gaiola ou recinto em um local onde não haja correntes de ar. Evite colocá-la diretamente no chão frio.

3. Aquecedores: Para ambientes muito frios, considere o uso de aquecedores, mas sempre com cautela para evitar superaquecimento.

4. Monitoramento constante: Observe se seu roedor está exibindo sinais de frio, como se encolher ou ficar muito quieto, e ajuste as condições de aquecimento conforme necessário.

5. Monitoramento de umidade: Mantenha a umidade em torno de 40% a 50%. Acima disso, já é possível observar alterações nos pelos dessas espécies. O termo-higrômetro, já indicado para as aves e répteis, ajuda a monitorar esses dados.

Importante: Em um ambiente com os cuidados corretos e temperatura adequada, os roedores mantêm o nível normal de atividade e ingestão alimentar, mesmo no inverno.

Ao seguir essas orientações, você garante que seus pets estejam protegidos e confortáveis durante os dias frios.

Marielle Cristina C. Santos – Médica Veterinária especializada em medicina preventiva e medicina de animais silvestres e exóticos. Atendimento para cães e gatos e pets não convencionais em Ponta Grossa, Paraná.