A prefeita de Ponta Grossa e candidata à reeleição pelo Partido União Brasil, Elizabeth Silveira Schmidt esteve em entrevista, manhã desta quinta-feira (8), no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba).
Confira os destaques da entrevista:
Elizabeth tem 72 anos e foi eleita prefeita no segundo turno das eleições de 2020, com 87.932 votos. Atuou como secretária municipal de Cultura e de Turismo (2005 a 2012), na gestão do prefeito Pedro Wosgrau Filho, secretária municipal de Administração e de Gestão de Recursos Humanos (2015 a 2016), na gestão do prefeito Marcelo Rangel, e vice-prefeita e presidente da Fundação Municipal de Turismo (2017 e 2018), no segundo mandato de Rangel. “Eu me considero uma mulher guerreira”, declarou a candidata.
Grupo Rangel
Elizabeth conta que não fazia parte do grupo político de Marcelo Rangel e Sandro Alex, mas recebeu um convite para ser secretária Municipal de Administração, em 2015, e declara: “eu sou movida a desafios, eu resolvi aceitar (…) e fiz um trabalho que eu considero que foi bom”. E continua dizendo que não pediu para ser candidata a vice-prefeita e posteriormente prefeita, “mas o grupo me levou a dizer: é isso que é o melhor para a nossa cidade”, declarou.
Quando questionada se traiu o grupo, ela afirma: “de forma alguma! Nunca!”. E conta que, durante a pandemia, teria solicitado apoio do governador Ratinho Junior, do deputado estadual Marcelo Rangel e do Deputado Federal, licenciado para assumir o cargo de Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex e diz “eu não tive socorro. E então eu tive eu mesma que correr atrás”.
Pé de Abacate
Na última terça-feira (6), o candidato Marcelo Rangel foi o entrevistado no Programa Manhã Total e relatou que um dos motivos para a desavença com Elizabeth teria sido “um pé de abacate que foi plantado por um servidor público chamado sr. Montanha”, contou o deputado. Segundo Rangel, o funcionário da Secretaria Municipal de Obras plantou a árvore, a qual não existe mais por conta de seu posicionamento político. “Só porque ele falou que gostava do Marcelo Rangel”.
Quando questionada sobre a veracidade da história, ela declara: “nem sei o que é isso. Nem sei de pé de abacate nenhum”. E diz que, quando assumiu o cargo de prefeita, o secretário de Obras realizou uma limpeza na sede da secretaria, “provavelmente foi naquele momento, há três anos atrás, que isso aconteceu. (…) Isso para mim é uma grande decepção”, conta.
Continua dizendo que o problema pode ser solucionado, pois, segundo ela, está sendo executado o Bosque das Araucárias, no Jardim Campo Belo, onde será plantado duzentas árvores da espécie e afirma: “eu posso fazer um parque também com duzentos abacateiros, que soluciona o problema”.
“Até agora eu não sei o verdadeiro motivo pelo qual isso aconteceu. Não pode ser um pé de abacate!”, assinala Elizabeth.
Ruptura com o grupo
Quando questionada se a ruptura com o grupo poderia ter sido em relação à sua gestão, ela diz: “eu tenho a impressão que pode ter sido isso”, e continua relatando que “os dois primeiros anos (do mandato) foram muito difíceis, igual aos dois primeiros anos dele (Marcelo Rangel)”, compara a prefeita.
Segundo ela, a ruptura foi unilateral. “Não falaram uma palavra comigo sobre esse assunto”, conta. E relembra que em agosto de 2023, o grupo teria lhe dito: “tem que ser a senhora. A senhora tem capital político para ganhar. Nós não podemos perder Ponta Grossa”, contou Elizabeth sobre a escolha de um candidato do grupo para as eleições de 2024.
Relembra também que, em novembro de 2023, o governador Ratinho Junior teria declarado, em entrevista, apoio à prefeita na reeleição. No entanto, meses depois, em fevereiro de 2024, começou a receber ataques, relata ela.
Fechamento de hospitais
Quando questionada sobre o fechamento do Hospital Municipal, Elizabeth diz que, dentro do plano de governo, precisava cumprir com as responsabilidades do município, que segundo ela é “atenção primária; atenção básica; unidades básicas de saúde”, pontua. Os atendimentos de média e alta complexidade são de responsabilidade do Estado, conforme conta a prefeita e explica que o Pronto Socorro Municipal era anexado ao Hospital Municipal Doutor Amadeu Puppi.
“Quem fechou o Pronto Socorro, do lado do Hospital Amadeu Puppi, foi o Marcelo Rangel. Ele tirou de lá e pôs na UPA Santana”, porém a Unidade de Pronto Atendimento não recebia este nome na época, diz ela.
Quando questionada se Marcelo teria participado da decisão, ela afirma: “estava no planejamento dele junto comigo. Ele indicou os secretários, que saíram depois”. Sobre a secretária na época, Juliane Dorosxi ela diz: “quando ele disse que rompeu comigo, ela saiu imediatamente”, relata.
Relata que, quando era vice-prefeita, no mandato de Marcelo Rangel, o prefeito fez um convênio de cooperação em que o Hospital Prefeito João Vargas de Oliveira (Hospital da Criança) foi repassado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e à Secretaria de Estado da Saúde (SESA), para aliviar os custos da saúde para a Prefeitura. Conta que o chefe do Executivo na época, assinou o convênio antes da aprovação pela Câmara Municipal; a qual só aprovou quando Elizabeth já estava no poder.
“Neste convênio não estava escrito, em nenhum momento, que ele assinou, que o Pronto Atendimento Infantil (PAI) tinha que ficar dentro do hospital (da Criança)”, declarou a candidata. Pelo PAI ser de responsabilidade do município, a UEPG e a SESA teriam solicitado a retirada do pronto atendimento do local.
Concorrentes
Quando questionada sobre qualidades percebidas nos outros candidatos concorrentes ao Executivo, ela ressalta: Marcelo, astuto; Mabel, esforçada; Magno, bom profissional; Aliel, “comprometido com aquilo que ele acredita”, finaliza a prefeita.
Assista a entrevista completa: