Domingo, 22 de Setembro de 2024

Propaganda eleitoral atualmente “se resume 90% na internet”, declara juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná

2024-08-28 às 15:26
D’Ponta News

Os juízes das 14ª e 139ª zonas eleitorais do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Antônio Acir Hrycyna e Gilberto Romero Perioto estiveram em entrevista, manhã desta quarta-feira (28), no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região).

Confira os destaques da entrevista:

Uma das legitimidades do poder político “é ter um sistema eleitoral coeso e transparente”, segundo Gilberto. Ele relembra que nas eleições presidenciais, em 2022, foi colocado em xeque o sistema eleitoral e diz que foi uma estratégia “para desacreditar o sistema político”, afirma.

Sobre as urnas eletrônicas, Perioto destaca que é juiz há mais de vinte anos e já conduziu muitas eleições. “Não podemos dizer que o sistema pode ter alguma imperfeição ou não, mas a questão técnica, do voto do eleitor, posso dizer que é 100% segura”, assinala.

Antônio diz que as instituições democráticas no Brasil foram colocadas em xeque “por pessoas mal intencionadas. (…) Quando ganha, a Justiça Eleitoral é muito boa; quando perde, é a Justiça Eleitoral a culpada”, declara, e explica que “a Justiça Eleitoral está aí para garantir a igualdade para todos os candidatos”.

Internet

Gilberto afirma que a propaganda eleitoral mudou. “Há vinte anos atrás era o corpo a corpo, distribuições de santinhos e visitas. Hoje em dia a propaganda se resume 90% na internet. E é um terreno que (…) você pode produzir um material rápido”, destaca o juiz, dizendo que com essa rapidez e tecnologias, como inteligências artificiais, têm se tornado frequente os ilícitos eleitorais. E declara: “o número de representações para combater esses ilícitos eleitorais está aumentando cada vez mais”. Ainda, segundo ele, a maior parte das representações de ilícitos apresentadas à Justiça Eleitoral são por conta das redes sociais.

Sobre a internet, o juiz diz que é uma ferramenta espetacular, “só que tem a questão dos algoritmos, que se você não tomar cuidado, você só recebe um tipo de informação. (…) Isso é muito perigoso”, ressalta. Para que o eleitor possa formar sua opinião, ele afirma que deve receber informações de ambos os lados. “Com informação o eleitor vai saber distinguir a melhor proposta, o melhor candidato”, pontua.

Fake News

“Essa propaganda de rua parece que desapareceu”, expõe Antônio, e diz que, com a internet, os problemas são as notícias falsas, “essa desinformação”, destaca o juiz, dizendo que até mesmo pessoas mais esclarecidas possuem dificuldade sobre a veracidade das informações recebidas.

Gilberto destaca que a utilização inadequada das redes sociais e propagação de fake news pode levar à cassação do registro do candidato ou à perda do mandato, se eleito.

Explica que a utilização de inteligências artificiais nas campanhas devem ser informadas explicitamente ao eleitor.  Alerta também sobre o uso de deep fake –  utilização do rosto de pessoas em fotos ou vídeos alterados por inteligências artificiais – e ressalta que o uso da ferramenta é proibido em campanhas eleitorais.

Assista a entrevista na íntegra: