Sábado, 21 de Setembro de 2024

Delegado-chefe da 13ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma explica fatores que levam ao aumento expressivo de crimes em Ponta Grossa

2024-09-05 às 15:23
D’Ponta News

O delegado-chefe da 13ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma esteve em entrevista, manhã desta quinta-feira (5), no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região).

Confira os destaques da entrevista:

Conforme Nagib lembra, a sociedade é dividida em três esferas principais: educação, saúde e segurança pública. Na segurança pública, a vitrine principal são as polícias, segundo o delegado. Quando ocorre um crime, “teve todos esses filtros antes: educação, saúde e o Estado sob outros aspectos”, afirma a autoridade, destacando que a maioria dos delitos acontecem em áreas mais sensíveis da cidade.

“Quando acontece um crime, o remédio é a polícia”, expõe Nagib, explicando que o trabalho da equipes policiais é questionado quando há números expressivos de delitos.

Ainda, explica que as estatísticas também indicam a segurança pública de uma cidade. Sobre isso, o delegado diz que, até julho deste ano, “nossos homicídios tinham baixados”, conta, se comparados a 2023; no entanto, neste início do segundo semestre do ano, aqueceu o número de crimes.

Sobre os homicídios, Nagib conta que existem dois tipos: os vinculados ao crime organizado, como briga entre facções e tráfico de drogas, e os que acontecem por vinganças, desavenças e feminicídios. O delegado destaca que são nos delitos deste primeiro tipo mencionado que a polícia consegue atuar mais.

Em Ponta Grossa, o delegado diz que houve um aumento expressivo em números de crimes por facções em 2021, após a pandemia. Após a autoridades perceberem esses comandos, iniciaram as investigações e houve uma queda no número dos delitos até metade deste ano. Nesta quarta-feira (4), o município contabilizou cinquenta homicídios desde o início do ano; somente no mês de agosto, foram onze vítimas.

Destaca também o número de mulheres mortas neste ano na cidade e diz que “as mulheres estão sendo usadas e envolvidas na questão criminal; não é só feminicídio [homicídios que vitimam mulheres em decorrência da violência doméstica e familiar]”, expõe o delegado.

Palma estima que os crimes decorrentes do crime organizado são de 60 a 80% das ocorrências registradas; o restante é “o reflexo dessas ações criminosas” e conta que houve casos em que mulheres e crianças foram mortas quando o alvo era o marido ou o pai e também casos em que os criminosos invadiram a residência errada.

Este aumento expressivo, Nagib considera que é devido à liberdade de alguns que estavam em regime prisional e socioeducativo. “É muito adolescente apreendido. Tem adolescentes com seis, sete mortes que ficam dez meses apreendidos”, comenta. Além disso, coincidentemente, houve um crescimento dos crimes que envolvem vinganças, desavenças e feminicídios.

Para evitar estes delitos, Nagib diz que a Polícia Civil tem trabalhado conjuntamente com a Polícia Militar e com a Guarda Civil Municipal. Ressalta que instrumentos utilizados pelas equipes de segurança, como o sistema ‘Muralha Digital’, tem contribuído com as investigações.

Evidencia também que, em 2023, a Polícia Civil da 13ª SDP ficou entre as quatro melhores equipes do estado, com 95% dos crimes elucidados.

Assista a entrevista na íntegra: