Gestão da qualidade de processos, inovação e capacitação de profissionais de saúde. Essas são algumas das temáticas dos projetos desenvolvidos pela primeira turma do Programa Residência Técnica (Restec) em Gestão da Saúde Pública. Ao todo, 68 profissionais de diferentes áreas do conhecimento finalizaram as atividades práticas da residência neste mês. Nesta sexta-feira (13), 44 residentes receberam, em Curitiba, os certificados de conclusão do curso. A especialização também contou com a participação de 46 servidores públicos, que receberam declarações de conclusão do curso.
Os programas de residência do Governo do Paraná aliam atividades práticas em órgãos públicos do Executivo Estadual com um curso de pós-graduação na modalidade lato sensu, que confere a profissionais recém-formados o grau de especialização. A iniciativa é coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e operacionalizada em conjunto com as universidades estaduais, outras secretarias e instituições da administração pública.
A enfermeira Marília Teixeira Santos, que desenvolveu as atividades práticas na Diretoria de Gestão em Saúde da Secretaria da Saúde (Sesa), em Curitiba, elaborou um manual de credenciamento de estabelecimentos de saúde para a prestação de serviços focados na qualidade de vida dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O farmacêutico Wilker Jordi Lopes Franco de Jesus atuou no Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), também em Curitiba, e propôs uma ferramenta de gestão da qualidade para avaliar processos relacionados a alimentos.
“A residência proporcionou uma oportunidade valiosa de desenvolvimento profissional e a possibilidade de colaborar para um sistema de saúde mais inclusivo”, destaca Marília. “A atuação do profissional farmacêutico é essencial na área de análises laboratoriais e essa experiência nas áreas técnica e de gestão me ajudou a desenvolver um pensamento crítico e eficaz na tomada de decisões”, afirma Wilker.
Outros residentes propõem a revisão e o aprimoramento do plano diretor de regionalização de saúde, melhorias no transporte de imunobiológicos e capacitação em hanseníase. Também há projetos que incluem a análise da qualidade das amostras biológicas recebidas no Laboratório Central do Estado (Lacen) e o gerenciamento de resíduos de saúde. Além disso, os projetos abordam desafios críticos como a baixa adesão à vacinação e a mortalidade infantil, com o objetivo de fortalecer a eficiência e a equidade no atendimento à população.
Durante dois anos, profissionais recém-formados em administração, arquitetura e urbanismo, assistência social, biologia, comunicação social, enfermagem, farmácia, medicina veterinária, nutrição, odontologia e psicologia atuaram nas regionais de saúde, em núcleos da Sesa e no Lacen. As atividades do curso de especialização foram realizadas na modalidade de educação a distância (EAD).
Os participantes desenvolveram as atividades em Curitiba e 16 cidades do Interior: Apucarana e Ivaiporã, no Vale do Ivaí; Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, na região Oeste; Cianorte, Maringá, Paranavaí e Umuarama, no Noroeste do Estado; Cornélio Procópio e Londrina no Norte; Guarapuava e Irati, na região Centro-Sul; Paranaguá, no Litoral; Pato Branco, no Sudoeste; e Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais.
O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, em exercício, Jamil Abdanur Júnior, destaca a importância da residência técnica. “É uma qualificação de alto nível, que conta com profissionais que já atuam no setor público e já conhecem a realidade e os desafios”, afirma o gestor. “A expectativa é que esses programas possam, de fato, transformar a realidade dos serviços públicos no Paraná e propiciar também um crescimento profissional a todos os que estão envolvidos, independente do estágio em que se encontre”
Para o secretário estadual da Saúde do Paraná, César Neves, a parceria para essa residência técnica representa a união de esforços para oferecer o melhor atendimento à população. “A colaboração entre as duas secretarias demonstra um compromisso de governo para atender melhor e de forma eficaz a nossa gente”, afirma. “Como médico e ex-residente, sei o quanto essa experiência enriquece a vida profissional e pessoal. Saúdo com entusiasmo os concluintes e desejo que esta etapa seja apenas o início de uma jornada acadêmica contínua”.
Programa
A Restec Gestão em Saúde Pública acontece em parceria com a Sesa e com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), instituição de ensino responsável pelo curso de especialização. Para além da capacitação de novos profissionais e da qualificação de servidores, esse programa é voltado para a melhoria dos serviços de saúde prestados à população paranaense. A segunda turma do programa começou em 2023, com 133 residentes.
A coordenadora do programa, Eliana Patussi, que também é professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, destaca a residência como uma ferramenta de qualificação profissional e aperfeiçoamento do atendimento na área da saúde da população por parte do Estado.
“A Restec em Gestão da Saúde Pública tem o objetivo de promover ações que vão desde a formação qualificada de profissionais recém-formados, com a finalidade de atender as demandas reais da saúde, passando pela melhoria dos serviços prestados à população até o desenvolvimento de pesquisas, insumos, produtos e tecnologia nacional, contribuindo com a melhoria da saúde pública no Estado”, avaliou.
Os programas de residência são considerados política pública, com amparo na Lei n.º 20.086/2019. Já foram qualificados 1.775 profissionais recém-formados e servidores públicos. Atualmente, são 1.393 residentes e 108 servidores matriculados em programas nas áreas de ciências forenses, cultura, economia rural, engenharia e gestão ambiental, gestão pública, inovação e transformação digital, obras públicas, saúde pública, segurança pública e turismo.
da AEN