Sexta-feira, 29 de Novembro de 2024

Ponto de Vista: Itaipu é modelo para o mundo em sustentabilidade, por isso nossa participação na ONU, afirma Enio Verri

2024-09-21 às 15:05
Foto: Dinho Mendes

Em entrevista exclusiva ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero e transmitido pela Rádio T em todo o território paranaense, na manhã deste sábado (21), o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, falou sobre a importância da empresa para o meio ambiente e a relevância da mesma para o futuro do planeta.

Na última quinta-feira (19), Verri participou, na ONU, em Nova Iorque (EUA), do SDGs in Brazil (“Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil”, em tradução livre), evento do Pacto Global que visa incentivar empresas e organizações a adotarem políticas sustentáveis e socialmente responsáveis. Ainda durante a próxima semana a Itaipu, juntamente do presidente Lula, participa da Assembleia Geral da ONU.

Verri aponta que é uma grande honra integrar a comitiva para apresentar o trabalho diferenciado que vem sendo realizado pela Itaipu Binacional com relação ao meio ambiente. Os encontros com autoridades servirão para apresentar e trocar experiências das ações desenvolvidas pela empresa nos 434 municípios atendidos por ela. “São temas que vão fazer com que o mundo e todos os associados à ONU vão poder ouvir e vamos mandar essas experiências para outras partes do mundo”, destaca.

Diretor da maior hidrelétrica do mundo quando se trata de produção de energia acumulada, Verri aponta que a preocupação com o meio ambiente é essencial e faz parte do diferencial da Itaipu. “Nós somos, hoje, em política ambiental, referência no mundo. Se o reservatório não estiver vivo, não tem usina. Por isso todo esse investimento ambiental tem como pano de fundo manter a altura do reservatório para que se possa produzir bastante energia para o país e com isso manter sua política pública. Perguntam por que a Itaipu investe tanto em política ambiental. É ela que mantém o nível do reservatório e a usina viva. Se a usina para, como o Brasil usa também as termoelétricas como alternativa, a gente não fica sem energia, mas o preço vai lá em cima porque a termoelétrica é muito mais cara”, detalha. “Essa leitura que desenvolvemos está sendo copiada em outros países do mundo. O mundo quer ouvir a experiência da Itaipu nesses 50 anos de vida”, complementa.

O modelo de operação da companhia também é um diferencial, segundo Verri. “Como empresa pública, ela pode ser eficiente, gerar excedentes e produzir riquezas, ao contrário do que ficam endeusando a iniciativa privada. Conseguimos produzir energia elétrica de qualidade e barata. A Itaipu é uma empresa absolutamente saneada, tem alta produtividade, produz riqueza para a população, além de energia, que é sua missão principal. A Itaipu é um grande player do desenvolvimento do país e da nossa região em todas as áreas”, destaca. Ainda conforme o diretor, a partir de 2027 a Itaipu irá apresentar redução de 40% na tarifa.

Investimentos

Durante a entrevista, Verri também destacou a aplicação da companhia em políticas ambientais em conjunto com estudantes e professores do setor, em especial os programs envolvendo bolsas de extensão. “Tivemos milhares de concorrentes. Mil já foram selecionados pela banca. Esses projetos de extensão vão, por dois anos, pesquisas áreas da geração de emprego, desenvolvimento e políticas ambientais. Com os dados dos estudantes, mestrandos, doutorandos e orientadores, vamos melhorar ainda mais a política pública da Itaipu e do governo Lula. Estamos vivendo um momento muito rico do país e a Itaipu é um braço importante desse momento”, reflete.

Próximos eventos

Com o fim da Assembleia Geral da ONU, o mundo voltará seus olhos para Foz do Iguaçu, que sediará a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20. “Várias diretorias e especialistas vão discutir a transição energética no mundo. Haverá também o encontro dos ministros de Minas e Energia do mundo todo, mas em especial dos vinte maiores países do mundo, que vão discutir como melhorar a produção de energia, a um preço melhor e com sustentabilidade, que é o grande desafio que discutimos agora”, afirma Verri. Já em 2025, haverá a COP30, em Belém (PA).

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, a situação do mundo hoje trouxe de vez a pauta ambiental para o primeiro plano. “No passado a gente discutia inflação, desemprego, miséria e tinha a pauta ambiental, mas a gente falava ‘o mais importante agora é a questão do salário, do desemprego, da miséria, da crise do modo de produção, depois a gente se preocupa com isso [meio ambiente]’. A verdade é que chegou a hora, não dá mais para transferir e colocar em uma listinha e deixar em quinto lugar. A questão ambiental se impôs, ou seja, chegou”, conclui.

Confira abaixo a entrevista na íntegra: