A indústria do Paraná teve aumento significativo no número de trabalhadores em setembro de 2024, chegando a um total de 796 mil pessoas em atividade. No acumulado de janeiro a setembro, o setor criou 37.544 novos postos de trabalho, respondendo por 25% do total de 153 mil empregos gerados em todo o estado no período.
Este número representa um crescimento de 159% na comparação com os nove primeiros meses do ano passado, consolidando a indústria como a atividade que teve a maior taxa de crescimento na criação de vagas no Paraná este ano. Os dados são do Novo Caged e foram divulgados nesta quinta-feira (30/10), pelo Ministério do Trabalho.
Em setembro, a indústria paranaense teve um saldo de 3.096 novas contratações formais. O número mais que dobrou na comparação com o mesmo mês de 2023. A atividade industrial foi responsável por 21% dos 14.828 empregos gerados no Paraná no mês, ficando atrás apenas do setor de serviços (7.410). O comércio abriu 2.375 e a agropecuária fechou 98 postos. O saldo da indústria em setembro representou um crescimento de 12,4% em relação a agosto, quando foram abertas 2.754 vagas no setor.
O aumento no número de vagas reflete a recuperação econômica e o crescimento dos investimentos no setor produtivo, segundo dados do IBGE. A melhora desses indicadores eleva a massa salarial e impulsiona o consumo, fortalecendo a produção e, por consequência, criando novas oportunidades de contratação na indústria.
Para o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos, o crescimento na geração de vagas traz novos desafios para o setor. “A escassez de mão de obra qualificada para atuar na indústria pode influenciar o ritmo das contratações nos próximos meses”, afirma. Segundo ele, essa é uma necessidade urgente para atender à demanda crescente de profissionais e, por isso, exige um reforço nos programas do Sistema S, especialmente do Senai, que oferece capacitação técnica e suporte tecnológico para empresas.
De acordo o Mapa do Trabalho divulgado este mês pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Paraná precisará qualificar mais de um milhão de profissionais até 2027. Logística, operação industrial, construção, manutenção, metalmecânica, têxtil e vestuário serão os setores com maior demanda por novos trabalhadores. “Além disso, as empresas também precisam estar cada vez mais atentas a tecnologias que possam contribuir para o aumento de sua produtividade, como alternativa aos desafios da empregabilidade”, completa Vasconcelos.
Um fator adicional para a manutenção do crescimento do emprego industrial é a tendência de alta na taxa de juros da economia (Selic) até o fim do ano, o que pode inibir investimentos no setor. As projeções de mercado indicam que a taxa, atualmente em 10,75% ao ano, pode alcançar 11,75% em dezembro, impactando as expectativas dos empresários para novos aportes e expansão.
Atividades industriais
Entre as atividades que mais contrataram em setembro estão alimentos, com 640 novos postos, seguido por manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (370), fabricação de produtos de metal (307), moveleiro (293), automotivo (291) e fabricação de máquinas e equipamentos (246). Dos 24 segmentos avaliados pelo Novo Caged, apenas cinco ficaram abaixo do esperado, como o setor de confecção e artigos do vestuário (-71), fabricação de outros equipamentos de transporte (-43) e fumo (-30).
No acumulado do ano, setor alimentício lidera o ranking com 9.484 novos empregos, seguido por automotivo (3.119), moveleiro (2.710), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (2.284), produtos de metal (2.261) e borracha e material plástico (2.232). O resultado anual tem apenas a atividade do fumo negativa, com o fechamento de 9 vagas.
Da assessoria