Na última semana, a professora Jane Manfron, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), participou como palestrante do 3° Simpósio Sul-Brasileiro de Farmacognosia, em Erechim, Rio Grande do Sul. Juntamente com alunos, ela apresentou os principais resultados da sua pesquisa sobre insumos vegetais, no evento que aconteceu de 04 a 06 de novembro.
A farmacognosia é o ramo mais antigo das Ciências Farmacêuticas e tem como objetivo o estudo dos princípios ativos naturais, sejam de origem animal, vegetal ou mista. Uma das áreas de pesquisa da professora Jane busca detectar a adulteração de matérias-primas vegetais comercializadas, utilizando técnicas microscópicas. Segundo ela, cerca de 68% da matéria-prima vegetal comercializada no Brasil é adulterada. “Na minha palestra, abordei esse tema e apresentei vários trabalhos desenvolvidos por nossos alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado. Todos trabalhos finalizados e publicados em revistas científicas da área”, conta.
Dentre os principais resultados obtidos, a docente destaca o estudo com as folhas de Monteverdia ilicifolia (sin. Maytenus ilicifolia), comumente chamada de espinheira-santa. Elas são amplamente utilizadas na medicina tradicional sul-americana para tratar gastrite e úlceras. “Diversos produtos rotulados como espinheira-santa são vendidos em lojas de varejo e na internet. Este estudo teve como objetivo caracterizar e distingui-la dos adulterantes por meio de técnicas morfológicas e microscópicas”, explica. Os estudos revelaram características que podem auxiliar na identificação das espécies e no controle de qualidade da espinheira-santa comercial. “O estudo demonstrou que muitos materiais comerciais de espinheira-santa estavam adulterados e eram de qualidade inferior”, acrescenta.
O mesmo trabalho foi fruto da dissertação de mestrado de Kevin Alves Antunes, hoje doutorando do PPG em Ciências Farmacêuticas. Segundo ele, a participação no evento foi uma experiência muito proveitosa. “Houve uma troca rica de informações entre as universidades do sul do Brasil sobre farmacognosia”, relata. Sob o título ‘Diferenciação morfoanatômica de espécies de carqueja, visando o controle da qualidade da matéria-prima’, o trabalho é parte da sua pesquisa de doutorado. “Foi um trabalho muito bem visto pelos professores das outras universidades, pois foram feitas técnicas simples e de grande ajuda no controle da qualidade de drogas vegetais, plantas medicinais e fitoterápicos”, complementa.
Além de Kevin, a professora esteve acompanhada de seus orientandos de mestrado em Ciências Farmacêuticas, Irailson Thierry Monchak e de pós-doutorado, Lorene Armstrong; e da mestranda do PPG em Ciências da Saúde, Isabella Maravieski Lipinski.
A professora tem duas pesquisas continuadas institucionalizadas na UEPG, intituladas ‘Morfoanatomia de plantas medicinais’ e ‘Pesquisa em farmacognosia: plantas medicinais e aromáticas’. Os trabalhos são desenvolvidos juntamente com alunos da pós-graduação e graduação em Farmácia, no laboratório de Farmacognosia M54, com parceiros internacionais, como o National Center for Natural Products Research (NCNPR) da Universidade do Mississippi e o National Identification Services, U.S. Department of Agriculture, em Washington, Estados Unidos.
da assessoria