A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (27), que não tem como Bolsonaro negar: “Ele estava com a mão no golpe. Ele planejou, atuou e teve domínio do plano”, acusou. A deputada alertou ainda que isso é um filme que nós temos que relembrar. Não podemos só ver. “O retrato de agora começa em 2019, quando eles instalam no Palácio do Planalto o gabinete do ódio, disseminando mentira e violência e, portanto, elevando a radicalidade da política brasileira. É esse gabinete do ódio que dá sequência a uma série de ações e intervenções dos bolsonaristas e que culmina com a tentativa de golpe porque perderam a Presidência da República”, completou.
Gleisi Hoffmann destacou que nesta semana o Brasil conheceu o relatório do inquérito policial que apura a tentativa de golpe e também a tentativa de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Um inquérito muito consistente, um relatório muito detalhado e uma das partes mais importantes desse relatório diz claramente que Jair Bolsonaro planejou, atuou e teve o domínio do plano de golpe no País”, enfatizou.
Bolsonaro planejou o golpe
A deputada relembrou que, durante toda essa semana, Bolsonaro estava negando, dizendo que desconhecia, que nunca quis dar golpe, que nunca planejou o golpe. “Pois ele planejou. E a riqueza de detalhes do relatório é muito importante. No dia 9 de novembro do ano de 2022, o Mário Fernandes, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, ali do lado da sala do Bolsonaro, no Palácio do Planalto, imprime nove cópias na impressora do Palácio do Planalto do plano do golpe e, na sequência, leva ao Palácio Alvorada para entregar para o então presidente no dia 12 de novembro, na casa do general Braga Netto, candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022”, pontuou.
Gleisi informou ainda que Braga Netto também fez uma reunião com várias pessoas, entre elas o general Mário Fernandes, para planejar a morte de Alexandre de Moraes, de Lula e de Alckmin. “E tem mais. Tem a Operação 142, que foi encontrada na mesa do assessor do Braga Netto, com várias ações e uma delas é Lula não vai subir a rampa. Então o homem bomba que se explodiu aqui na Praça dos Três Poderes, é resultado disso, aliás, de milhares e milhares de comunidades espalhadas nas redes sociais, que incentivam as pessoas a violência, o ódio, a agir por si mesmas para chegar a um determinado objetivo que eles implantam na cabeça das pessoas. É muito triste isso. Por isso nós temos que regulamentar as redes sociais”, defendeu.
Sem anistia
“Agora a gente está ouvindo que eles querem anistia para pacificar o Brasil. Ora, a paz que vocês querem é a paz dos cemitérios assassinando seus adversários políticos? Isso nós não podemos admitir. É sem anistia, essa gente tem que pagar por todos os crimes que cometeram, porque se tiver anistia, nós vamos estar dizendo para o Brasil que isso pode ser feito de novo. Podem fazer como foi a ditadura militar de 64, que não teve a punição devida aos assassinos. E aí a gente vê se repetir novamente essas tentativas. Então, para vocês e sem anistia, paguem pelos crimes que cometeram”, afirmou.
da assessoria