Uma carta alarmante escrita por detentos da Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho (PETBC), em Cascavel, revela um cenário preocupante dentro da unidade prisional. O documento, descreve condições de superlotação, opressão e humilhação tanto dos presos quanto de suas famílias.
Segundo os autores da carta, assinada pela “massa carcerária” da PETBC, há uma pressão crescente dentro da unidade, com a constante atuação abusiva do chefe de segurança. As denúncias incluem coerção de visitas, intimidação de familiares e até agressões físicas a detentos algemados.
Os apenados afirmam que já tentaram dialogar com as autoridades, mas não obtiveram respostas positivas. O clima de revolta é intensificado pela presença de três facções rivais na penitenciária, o que, de acordo com a carta, contribui para uma situação de constante risco à integridade física dos internos.
O documento conclui com um alerta grave: a possibilidade de um novo conflito de grandes proporções na unidade, com a advertência de que “será o maior banho de sangue da história desta penitenciária”. Os autores do texto ameaçam recorrer a ações extremas tanto dentro da PETBC quanto fora dela, caso a situação não seja resolvida.
A Polícia Penal do Paraná, responsável pela segurança e administração da unidade, informou que irá investigar as denúncias contidas na carta.
Viemos através desta carta relatar e, ao mesmo tempo, pedir a atenção dos meios de telecomunicação em forma de um pedido de socorro. Não somos funcionários, mas sim a população carcerária da Penitenciária PETBC de Cascavel, onde não queremos regalias, apenas nossos direitos e a possibilidade de cumprir nossa pena de forma digna, pois estamos sendo humilhados. Não só nós, mas também nossos familiares, que estão sendo oprimidos e coagidos em nome do chefe de segurança. Tentamos dialogar com ele, mas não há diálogo, pois estão coagindo nossas visitas e até nossos filhos pequenos.
Não queremos medir forças, mas o chefe de segurança está nos forçando, como massa carcerária, a tomar uma atitude radical. Todos sabem que a unidade já teve duas rebeliões e nenhuma delas resultou em mudanças. Sempre a mesma opressão e desrespeito com nossos familiares. Jamais aceitaremos isso e não queremos chegar ao extremo, mas o chefe de segurança está nos obrigando a reagir. Se for necessário, daremos nossas próprias vidas em prol de nossas famílias e para acabar com a opressão, já que não há diálogo.
Estamos pedindo socorro, pois a unidade está em superlotação e é um barril de pólvora. A qualquer momento, pode explodir, e, infelizmente, será o maior banho de sangue da história desta penitenciária. Queremos que esta carta seja lida em canal aberto, pois estamos todos os dias assistindo à TV e pedimos ajuda de vocês, pois esta unidade se encontra com três facções rivais, e nós somos apenas a massa carcerária. Não queremos que chegue a tal ponto, mas se não nos derem atenção, nós, como criminosos, começaremos a agir aqui dentro e, lá fora, incendiando ônibus.
As mortes dentro da unidade já começaram, mas o chefe de segurança está omitindo e acobertando os fatos para as famílias dos envolvidos. Para a população de bem, estamos deixando claro nosso pedido de socorro e informamos que vamos reagir. E tudo isso será responsabilidade do chefe de segurança e dos demais envolvidos, que gostam de bater em presos algemados e humilhar a família.
Agradecemos a atenção e pedimos retorno dos órgãos públicos e da mídia, pois estamos assistindo à TV todos os dias.
Ass: Massa carcerária PETBC
Com informações de CGN.