Em um cenário político que deveria primar pela maturidade e responsabilidade, Ponta Grossa se vê diante de um espetáculo lamentável protagonizado por dois de seus mais proeminentes líderes políticos. De um lado, temos o ex-prefeito e atual deputado estadual Marcelo Rangel; do outro, a prefeita Elizabeth Schmidt. O que deveria ser um debate construtivo sobre os rumos da cidade degenerou-se em uma troca de farpas pública que mais se assemelha a uma briga de playground do que a uma discussão entre figuras públicas eleitas.
O ponto de ignição desta querela foi a proposta de Rangel de realizar audiências públicas sobre segurança. Uma iniciativa que, a princípio, poderia ser louvável, transformou-se em combustível para acusações mútuas. A prefeita Schmidt, em uma postagem surpreendentemente ácida em sua rede social, chamou Rangel de “Pinóquio” e “deputado Chorão”, questionando sua efetividade como representante de Ponta Grossa.
A resposta de Rangel não ficou atrás em termos de agressividade, chamando a prefeita de “maleducada”, entre outros adjetivos pouco lisonjeiros. Este vai-e-vem de insultos públicos não apenas diminui a estatura de ambos os políticos, mas também prejudica a imagem da cidade perante as autoridades estaduais.
É preciso lembrar que Rangel ocupa uma posição estratégica como vice-líder do governo na Assembleia Legislativa e mantém laços próximos com o governador. A falta de diplomacia demonstrada pela prefeita Schmidt pode, potencialmente, comprometer o acesso da cidade a recursos e apoio estaduais vitais para o desenvolvimento local.
Como cidadãos e eleitores, devemos exigir mais de nossos representantes. A política não pode se resumir a um ringue de lutas verbais. É hora de Rangel e Schmidt se lembrarem dos valores que professaram durante suas campanhas e agirem de acordo com a responsabilidade de seus cargos.
Ponta Grossa merece líderes que coloquem o bem-estar da cidade acima de disputas pessoais. É imperativo que nossos políticos abandonem essa postura infantil e foquem no que realmente importa: trabalhar pelo progresso e desenvolvimento de nossa comunidade. Que este episódio sirva de lição e ponto de virada para uma política mais madura e construtiva em nossa cidade.
Por João Barbiero