Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025

Relatório aponta crescimento do número de bandas neonazistas no Paraná

2025-01-28 às 13:55
Foto: Reprodução

Um relatório da organização Stop Hate Brasil, intitulado “Sons do Ódio”, revela a alarmante presença de bandas neonazistas no Brasil, com um foco especial na região do Paraná. O estudo, que ganhou notoriedade após ser veiculado no Fantástico e foi enviado ao D’Ponta News, mapeou 125 bandas associadas ao National Socialist Black Metal (NSBM), destaca a utilização da música como uma ferramenta de radicalização e recrutamento para o extremismo violento.

O NSBM é um movimento que se utiliza do subgênero musical Black Metal, surgido nos anos 90, e é conhecido por suas letras e ideologias associadas à apologia ao nazismo, neonazismo, ao antissemitismo, supremacismo branco, racismo e a apologia à violência racial/étnica e ideologicamente motivada contra judeus e alvos judaicos, comunidade LGBTQIA+ e negros.

O Paraná é  um dos estados com significativa atividade de bandas NSBM, refletindo uma rede estruturada que conecta grupos locais a movimentos neonazistas globais. Ainda de acordo com o levantamento, o estado tem 11 bandas que utilizam a música como forma de propagar a ideologia – apenas São Paulo tem um número maior, com 45.

O relatório indica que a subcultura NSBM não é apenas marginal, mas possui um impacto relevante na disseminação de ideologias de ódio, especialmente entre os jovens.

O estudo também revela que as bandas brasileiras estão interligadas a uma rede global de extremismo, participando de festivais internacionais e colaborando com grupos de outros países. Essa troca não se limita apenas à música; envolve também a venda de mercadorias temáticas e a promoção de eventos que celebram ideologias neonazistas. A pesquisa aponta que esses eventos têm se tornado plataformas para a radicalização de novos adeptos.

Além das conexões internacionais e da participação em festivais do movimento global White Power (Poder Branco), o estudo também destaca o uso de “dog whistles” – sinais subliminares ou codificados nas letras e imagens das músicas. Essas mensagens disfarçadas, que eventualmente podem ser compreendidas apenas por membros da comunidade extremista, são uma técnica comum entre as bandas NSBM para atrair novos seguidores, muitas vezes jovens e vulneráveis. Ao utilizar essas mensagens disfarçadas, as bandas conseguem fazer uma apologia ao neonazismo sem que, à primeira vista, a mensagem seja imediatamente reconhecida pelo público geral.