O Governo do Paraná publicou a resolução que define regras da utilização da areia descartada de fundição (ADF) em obras e processos industriais do Estado. O documento, publicado no diário oficial do dia 28, regulamenta a lei 21.023/2022 da deputada estadual Maria Victoria (PP) e do deputado Hussein Bakri (PSD).
Maria Victoria explica que o reaproveitamento do resíduo tem potencial de reduzir custos de diversas obras e processos industriais, economizar recursos naturais e dar destinação ambientalmente correta a areia descartada de fundição.
“Estudos apontam que a reutilização da areia descartada de fundição como matéria-prima permite a economia de até 40% na implantação de tubulações de água e esgoto e de até 70% em certas etapas da pavimentação. É uma solução financeiramente vantajosa, tecnicamente viável, inovadora e que segue o princípio da economia circular”, pontua.
Setor Produtivo
A reutilização da areia descartada de fundição foi uma solicitação apresentada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e por empresários paranaenses. “Com diálogo e debate técnico, construímos uma solução conjunta com o apoio do setor produtivo e do Governo do Estado”, reforça Maria Victoria.
A parlamentar também solicitou ao Governo do Estado que todos os editais de obras públicas no Paraná prevejam a utilização da areia descartada de fundição.
Regras
A resolução 01/2025, publicada pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (SEDEST) e pelo Instituto Água e Terra (IAT), define a utilização de areia descartada de fundição na produção de concreto asfáltico; concreto e argamassa para artefatos de concreto; telhas, tijolos e outros artigos; assentamento de tubulações e de artefatos para pavimentação; base, sub-base, reforço de estradas, rodovias e vias urbanas e também na cobertura diária em aterros sanitários.
Tecnicamente, areias descartadas de fundição são aquelas que passaram pelo processo produtivo de fundição na forma de um molde, receberam metal líquido e passaram pela etapa de desmoldagem. É formada por areia base (sílica), bentonita (argila), pó de carvão mineral e água, que compõem a caixa de moldagem.
A medida auxilia a reduzir os custos também da cadeia de produção das próprias indústrias de fundição, que são bastante afetadas pelo custo do frete e descarte nos aterros sanitários.
Em países como Estados Unidos, Bélgica, França, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Japão e Austrália, esse material já é utilizado em larga escala pelo setor de construção civil e por indústrias de diferentes segmentos.
da Alep