O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (5), que o ex-presidente Jair Bolsonaro não merece absolvição, uma vez que, segundo ele, o ex-mandatário teria tentado dar um golpe de Estado. Lula argumentou que, ao articular a morte de diversas autoridades, incluindo o presidente, o vice-presidente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro e seus aliados não podem ser absolvidos.
“Quem tentou dar um golpe, quem articulou inclusive a morte do presidente e do vice-presidente, do presidente do Tribunal Eleitoral, não merece absolvição. Por menos do que eles fizeram, muita gente no Partido Comunista foi morta. Muita gente foi presa. O [Luís Carlos] Prestes passou 50 anos prestando contas à Justiça brasileira”, afirmou Lula.
O presidente também fez uma ponderação sobre a busca por anistia por parte dos envolvidos, mencionando que o processo ainda está em andamento. “As pessoas são muito interessantes. Nem terminou o processo, já querem anistia. Não acreditam que são inocentes? Eles deveriam acreditar, e não ficar pedindo anistia antes de o juiz determinar a punição”, questionou.
Lula destacou ainda que a Justiça será responsável por decidir sobre o caso e garantiu que o processo está sendo conduzido de maneira democrática. “O que estamos garantindo é um processo de julgamento altamente democrático, em que eles têm todo o direito de defesa. […] As pessoas estão se condenando, acham que fizeram exatamente aquilo que a Justiça diz. Esperem o julgamento, se defendam”, completou.
O presidente também se referiu aos atos golpistas, ressaltando a gravidade das tentativas de assassinato de autoridades. “Eles tentaram dar um golpe. Anunciaram e prepararam a morte do presidente da República, a morte do vice-presidente, do presidente do Tribunal Superior Eleitoral e acham que são inocentes? Não tem sentido. Eles que paguem pelas mazelas que fizeram”, disse Lula.
A declaração ocorre no contexto de um projeto de lei da oposição que visa anistiar os envolvidos nos atos golpistas da virada de 2022 para 2023, quando apoiadores de Bolsonaro tentaram impedir a posse de Lula.
Informações: g1