Uma autoescola, localizada na Rua Antônio João, no bairro Órfãs, em Ponta Grossa, voltou ao centro das atenções nesta sexta-feira (14) após uma tragédia. O proprietário do estabelecimento, um homem de aproximadamente 80 anos, e seu filho, de cerca de 60 anos, foram encontrados mortos dentro da residência que também abriga a autoescola. A Polícia Militar identificou sinais de arrombamento na porta, levantando suspeitas sobre as circunstâncias das mortes.
O caso marca o desfecho de uma sequência de eventos controversos envolvendo o empreendimento, mas que a relação entre o crime ainda segue um mistério. Nos últimos meses, o estabelecimento esteve sob investigação por denúncias de golpes financeiros contra alunos e práticas abusivas.
Relatos apontavam que clientes eram cobrados por serviços não prestados e enfrentavam dificuldades para obter reembolsos ou concluir os processos de habilitação, informações confirmadas por boletins de ocorrência. Tanto que o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) chegou a bloquear o cadastro do CFC Nacional devido a quantidade mínima de recursos humanos necessários.
Além disso, um episódio grave ocorrido no final do ano passado revelou que um funcionário da autoescola foi acusado de manter uma aluna em cárcere privado após uma discussão sobre pagamentos, conforme informações das autoridades ainda na época. O caso gerou grande repercussão na cidade e resultou em ações judiciais contra os responsáveis. O local se afogou em dívidas. Vale ressaltar que tudo segue em investigação.
Equipes da Polícia Civil e do Instituto Médico Legal (IML) foram acionadas para investigar as mortes e realizar os exames periciais. A área foi isolada para os procedimentos iniciais, mas até o momento não há informações concretas sobre a causa dos óbitos. A polícia trabalha com diversas hipóteses, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte) ou possíveis desdobramentos das polêmicas relacionadas à autoescola.
A notícia gerou comoção entre moradores do bairro Órfãs e antigos clientes da Autoescola Nacional. Apesar das denúncias recentes, muitos lamentaram o desfecho trágico envolvendo pai e filho. “É difícil acreditar que tudo terminou assim. Eles eram conhecidos na região há muitos anos”, comentou um vizinho que preferiu não se identificar.
A autoescola já havia interrompido suas atividades após as investigações judiciais iniciadas no ano passado. Com as mortes dos proprietários, o futuro do estabelecimento permanece incerto.
A Polícia Civil deve divulgar novos detalhes sobre o caso nos próximos dias. Enquanto isso, a comunidade aguarda respostas sobre o que realmente aconteceu na residência da Rua Antônio João e como os eventos recentes podem estar conectados ao histórico polêmico da autoescola.
O D’Ponta News segue tentando contato com a defesa ou familiares dos donos da autoescola.
