O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em sua delação premiada que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria desempenhado um papel ativo na tentativa de instigar um golpe de Estado. O depoimento foi revelado nesta quarta-feira (19), após a liberação do sigilo por parte do ministro Alexandre de Moraes.

Conforme o Metrópoles, nas mais de 500 páginas de informações enviadas à Polícia Federal, Cid detalha como Michelle, junto a uma ala radical composta por aliados do ex-presidente, procurava convencer Bolsonaro a realizar um golpe de “maneira ostensiva”. Entre os citados estavam Onyx Lorenzoni, Jorge Seiff, Gilson Machado, Magno Malta, Eduardo Bolsonaro e o general Mario Fernandes, secretário-executivo do general Ramos.

Cid destacou que, segundo seu relato, Mario Fernandes teria sido um dos principais articuladores do movimento, buscando apoio entre militares e aliados para concretizar o golpe, sempre com a ideia de que o ex-presidente contava com o respaldo popular e de grupos como os CACs.

As acusações foram prontamente negadas pelo advogado de Michelle e Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, que considerou as alegações “absurdas” e sem fundamento. O deputado Eduardo Bolsonaro também rejeitou qualquer envolvimento, chamando as acusações de “fantasia”.