Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025

Grávida de Taubaté justifica mentira: “era um ritual”

Maria Verônica, conhecida como Grávida de Taubaté, afirma que falsa gravidez foi influenciada por rituais de uma seita e relata episódios de sua trajetória
2025-02-24 às 17:47

Em entrevista ao programa *Domingo Legal* exibido no último domingo (23), Maria Verônica, que ganhou notoriedade nacional em 2012 ao simular uma gravidez de quadrigêmeos, trouxe à tona novos detalhes sobre a polêmica. Ela revelou que a mentira foi motivada por sua participação em uma seita religiosa, onde acreditava estar envolvida em rituais capazes de realizar milagres.

Segundo Maria Verônica, a história começou em 2011, durante um ritual realizado na Sexta-Feira Santa. Na ocasião, os participantes foram incentivados a escrever desejos em papéis que seriam entregues a uma entidade. Ela pediu para engravidar, mesmo sabendo que seu marido era vasectomizado. “A pessoa que liderava o ritual molhou o papel em um líquido, engoliu e disse que meu pedido seria atendido”, relatou.

Gravidez psicológica e barriga falsa

Após o ritual, Maria afirma ter desenvolvido sintomas de uma gravidez psicológica, incluindo o crescimento da barriga. “Fiz um teste de farmácia que deu positivo e acreditei que fosse um milagre”, explicou. No entanto, ela admitiu que usava panos para simular o aumento da barriga quando aparecia em programas de TV. A pedagoga também revelou que membros da seita orientaram-na a dizer que esperava quadrigêmeos, representando “quatro demônios”.

Maria negou as especulações de que a barriga fosse feita de silicone e afirmou que ninguém desconfiou da farsa inicialmente porque não convivia com muitas pessoas fora do círculo da seita.

Envolvimento com a seita

A pedagoga contou que começou a participar do grupo em 2005, após ser apresentada pela família do marido. Inicialmente, sentiu-se acolhida pela comunidade, mas com o tempo percebeu práticas que não correspondiam às suas expectativas. “Eu me sentia bem conversando com o demônio. Não tinha medo”, disse Maria, descrevendo os rituais como parte central da sua rotina na época.

Ela também relatou episódios traumáticos envolvendo membros da seita, como ameaças e invasões à sua casa. Segundo Maria, após ser desmascarada, enfrentou isolamento social e passou anos sem abordar o assunto publicamente.

Reflexão e busca por redenção

Treze anos após o escândalo, Maria Verônica declarou estar em busca de reconstruir sua identidade longe do rótulo de “Grávida de Taubaté”. “Não espero que todos acreditem em mim, mas desejo que ouçam minha história”, afirmou durante a entrevista. Ela reconheceu os erros do passado e disse ter iniciado um processo pessoal de arrependimento e cura espiritual.