Carlos Henrique Santos Fortes, conhecido como “Kike”, foi absolvido da acusação de homicídio de Lincoln Fernando Oliveira Silva. O julgamento, realizado na 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa, começou na terça-feira (25) e foi encerrado na tarde de quarta-feira (26), por volta das 17h30.
O júri considerou que não havia provas suficientes para condenar Kike pelo assassinato ocorrido em março de 2019. A defesa, representada pelos advogados Claudio Dalledone e Renato Tauille, sustentou que o empresário foi usado como “bode expiatório” em um esquema criminoso que envolvia hackers, lavagem de dinheiro e disputas internas em uma quadrilha. Os advogados comemoraram a decisão e destacaram que outro julgamento envolvendo Kike está marcado para abril.
Lincoln Silva foi assassinado com três tiros em sua residência, após ser chamado por dois homens. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PC/PR), o crime teria ligação com disputas internas envolvendo Carlos Henrique Santos Fortes, conhecido como “Kike”, sócio-proprietário da antiga Araxá Poker Clube.
As investigações apontaram que Kike teria inicialmente contratado Lincoln para eliminar um concorrente no ramo de pôquer que estaria atraindo seus clientes. No entanto, Lincoln teria recusado a proposta e não devolvido uma arma e uma motocicleta fornecidas por Kike. Como retaliação, Kike teria contratado outro atirador para executar Lincoln.
Além disso, um amigo de Lincoln que teria conhecimento do crime também foi alvejado, mas sobreviveu ao ataque. A polícia prendeu três suspeitos relacionados ao caso durante as investigações1.
O homicídio estava supostamente ligado a uma organização criminosa que utilizava casas de pôquer para lavar dinheiro proveniente de fraudes financeiras realizadas por hackers. A quadrilha operava em seis estados brasileiros e contava com mais de 200 integrantes. Divergências internas teriam motivado o assassinato de Lincoln.
Durante a operação policial na época, foram apreendidas drogas (900 gramas de cocaína avaliadas em cerca de R$ 50 mil), armas (um revólver calibre .38 e uma pistola calibre .380) e munições no Araxá Poker Clube, estabelecimento ligado a Kike.