O governador Jorginho chegará às portas das eleições com ao menos três grandes problemas e isso é uma péssima notícia para os governistas.
Seu primeiro problema se chama Décio Lima. O presidente do Sebrae voltará às eleições, agora turbinado pela atuação nacional à frente da entidade. Tem firmado convênios, distribuído bilhões em crédito pra empreendedores e feito uma gestão de destaque frente à entidade. Tudo isso somado às ações do governo Lula em SC, que devem puxar sua votação pra cima. Com a máquina na mão, todos sabem, o desempenho deve ser exponencialmente melhor.
O segundo problema também tem nome e atende pela alcunha de João Rodrigues. Exemplo máximo do bolsonarismo raiz em Santa Catarina, o prefeito reeleito sucessivas vezes em Chapecó chega correndo por fora e promete abalar mentes e corações conservadores. Seu partido, o PSD, fez prefeituras importantes e mostrou que a candidatura já está capilarizada no estado todo. Se João Rodrigues vingar, Jorginho tem tudo para passar por um processo de Moisezificação de sua candidatura. O esvaziamento dos bolsonaristas verdadeiros parece uma questão de tempo e as próximas pesquisas já dirão isso.
O terceiro problema é o mais grave de todos e diz respeito ao próprio Jorginho. Há décadas agarrado em cargos públicos, por diversas vezes deputado, senador e agora governador, Jorginho chegará ao fim do primeiro mandato sem nenhuma grande marca além da raiva e má disposição com o Governo Federal. Basta sair às ruas e perguntar a qualquer catarinense o que Jorginho, esse grande político profissional, trouxe para Santa Catarina e você ouvirá um ensurdecedor silêncio. Ninguém sabe dizer. É um caso único de décadas agarrado a cargos sem retorno nenhum à sociedade. Algo fatal para uma reeleição. Se em um ano e meio o governador conseguir tirar uma marca da cartola, tudo bem. Mas se continuar a viver só de bravatas e cara feia a situação se complica.
Postos os três grandes problemas, restará apenas eleitor catarinense a análise e a decisão. Não está difícil perceber pra onde o barco há de navegar em 2026.
Rafael Guedes é jornalista e analista político.