Um barbeiro de 32 anos foi indiciado pela Polícia Civil de Ponta Grossa após ser acusado de expor uma criança autista de seis anos em um vídeo publicado nas redes sociais. A gravação, feita durante um corte de cabelo, gerou revolta por conter comentários considerados vexatórios e ofensivos.
O vídeo foi publicado na conta profissional do barbeiro no Instagram, sem a autorização dos pais da criança. Na legenda, ele questionava quanto outros profissionais cobrariam para atender uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A postagem atraiu comentários pejorativos, que teriam sido endossados pelo barbeiro, aumentando o constrangimento da família.
A mãe da criança registrou um boletim de ocorrência e denunciou o caso às autoridades. Segundo ela, a exposição causou sofrimento à família e à criança, que já enfrenta desafios relacionados ao TEA.
Após investigação, o barbeiro foi indiciado com base no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de seis meses a dois anos de detenção para quem submete crianças ou adolescentes a vexame ou constrangimento. O caso agora segue para análise do Ministério Público.
O episódio reacendeu o debate sobre a proteção dos direitos das pessoas com autismo. Leis como a Lei Berenice Piana (nº 12.764/2012) garantem direitos fundamentais às pessoas com TEA, incluindo o respeito à dignidade e à proteção contra qualquer forma de discriminação ou exposição indevida.
A Polícia Civil orienta pais e responsáveis a monitorarem a exposição de imagens de crianças nas redes sociais e denunciarem situações que violem seus direitos. Especialistas também alertam para os riscos do uso inadequado de plataformas digitais por profissionais e empresas..