Durante o programa ‘Manhã Total’, do D’Ponta News, desta segunda-feira (24), o entrevistado foi o médico urologista Bruno Campos Fontoura, que atende no Centro Hospitalar São Camilo. Durante o bate papo, o doutor expôs detalhes de serviços emergenciais para cólicas renais e também uma técnica utilizada na medicina chamada Holmium Laser Enucleation of Prostate (HoLEP), que é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo utilizado para tratar condições relacionadas à próstata.
No início da entrevista o urologista já deixou um alerta de que a cólica renal é um fator que está relacionado com a falta de água e que consequentemente, pode ocasionar as pedras nos rins. “A principal causa do cálculo renal é a falta de ingestão de água somada a ingestão exagerada de sal”, alerta. Contudo, o especialista também cita que o consumo de líquidos ricos em sódio, também pode ocasionar os cálculos. “O suco artificial e refrigerantes, eles possuem uma quantia maior de sódio que gera um aumento no risco de desenvolver esses cálculos”, fala.
Edu Vaz/ D’Ponta News
Baseado em seus atendimentos no hospital, o doutor cita que em Ponta Grossa há muitos casos de pacientes com cólicas renais. Com isso, o médico nota que há um número expressivo na cidade se comparado a outras cidades. “É uma realidade que a gente vê aqui, pela prevalência das crises renais que atendemos. Isso a gente nota conversando com outros profissionais da saúde que são de outras regiões. Aqui vemos que há uma prevalência muito grande”, comenta.
Conforme cita Bruno, em Ponta Grossa, havia uma carência na área da saúde, pois não tinha um setor que direcionasse para atendimento da cólica renal. “Baseado nos atendimentos que realizei, os pacientes tinham uma reclamação muito incomum, que era a demora. O paciente com crise renal chega em uma intensidade de dor muito forte. Mulheres citam que as crises de cólica renal são piores que a dor do parto normal em relação a intensidade”, diz.
Centro de Tratamento de Litíase Renal do São Camilo
Devido a carência de atendimento direcionado a esses pacientes, o São Camilo, em parceria com médicos urologistas, criou um Centro de Tratamento de Litíase Renal que visa o atendimento imediato para que o paciente não sofra por horas com a dor da cólica. “A necessidade maior desse paciente é ficar sem dor. Quando essa pessoa chega na entrada do pronto atendimento, ela vai se deparar com um computador com várias opções de atendimento e dentre as opções, tem a de cólica renal”, conta. O doutor explica que com a senha oriunda do atendimento para cólica renal, o paciente se torna uma prioridade dentre os outros atendimentos para receber uma medicação e o direcionamento adequado para a situação.
Por fim, o médico ainda cita que quando o caso do paciente é mais grave, o mesmo já fica internado no hospital. “Quando é necessário, o paciente já é encaminhado para cirurgia e fica no hospital. Temos equipamentos de ponta para resolver tudo de forma endoscópica, sem corte”, pondera.
Dor da cólica
Quando questionado sobre o motivo de tanta dor durante as crises, o doutor explica que as questões anatômicas e de espessura da pedra, tem relação direta para gerar o desconforto. “A gente tem um ‘caninho’ que liga o rim a bexiga, chamado ureter. Esse ‘caninho’ tem cerca de 4 milímetros de diâmetro, ele é muito fino. Qualquer cálculo a partir de 0,3, 0,4 e 0,5 diâmetros que desça do rim, pode gerar uma crise. O rim começa a dilatar, começa a tentar eliminar aquilo. Com isso a urina que ele produz não consegue descer, fica armazenada e isso gera uma pressão e gera dor”, fala.
Sinais de alerta
Fontoura afirmou que o corpo naturalmente sempre está emitindo sinais de que algo não está bem. Um exemplo citado por ele, é a urina com cor muito amarelada, que pode ser um indicativo de desidratação, situação que pode favorecer a incidência de cálculos renais. “Urina transparente é um ótimo sinal”, afirma.
Em relação ao cálculo renal, o doutor comenta que os primeiros sinais surgem através de um leve desconforto. “O cálculo renal começa com uma dorzinha, um desconforto. Uma ardência para urinar, uma irritação depois que urina”, finalizou.
Beba água
Uma maneira de evitar o desenvolvimento de pedras no rins é o consumo diário de água. Durante a entrevista, Bruno faz algumas recomendações sobre a quantia ideal de consumo por pessoa. “Quando pensamos em uma pessoa que pesa entre 70 e 100 quilos, o ideal é consumir no mínimo, dois litros d’água. E se conseguir consumir de 2 litros e meio à 3 litros, é o cenário ideal”, cita.
Confira a entrevista completa
Por Camila Souza.