Acostumado a comandar pistas de dança e grandes eventos, o DJ e produtor Maurício Cury tem percebido — e vivido — uma mudança significativa no cenário da música eletrônica: a presença cada vez mais constante de DJs em ambientes fora do circuito tradicional de festas. Cafeterias, restaurantes, rooftops, lojas conceito e até salões de beleza estão abrindo espaço para a discotecagem ao vivo, criando uma nova forma de conectar música, estilo e experiências.

“Estamos vivendo um momento em que o DJ não é mais apenas o responsável por agitar a madrugada. Hoje, ele também cria o clima de um café no fim da tarde, de um jantar especial ou de um brunch de domingo”, comenta Cury, que se estabeleceu como um DJ e produtor versátil e conhecido em todo Brasil.

Segundo ele, essa mudança acompanha um novo comportamento do público, que busca experiências mais leves, estéticas e sensoriais. “As pessoas querem lugares bonitos, boa comida, bons drinks… e uma trilha sonora que combine com tudo isso. A música virou parte fundamental da atmosfera.”

Com isso, o papel do DJ se transforma: sai o repertório explosivo das pistas e entra a curadoria mais refinada, com sons como deep house, organic, afro house, chill-out e downtempo. “Hoje, muitos clientes me pedem sets mais sutis, que se encaixem perfeitamente no ambiente sem roubar a atenção, mas que façam toda a diferença na experiência do público”, explica Cury.

A tendência também tem atraído grandes nomes da cena eletrônica. DJs renomados como Peggy Gou, Black Coffee, Claptone, Vintage Culture e até nomes da cena alternativa, como Bedouin e Dixon, já participaram de eventos intimistas em restaurantes, rooftops e até livrarias de alto padrão. “Isso mostra que a música eletrônica está cada vez mais conectada ao lifestyle, à arte e à experiência. É uma expansão natural e muito bem-vinda”, afirma Cury.

Além disso, a mudança representa novas oportunidades para os DJs: apresentações diurnas, parcerias com marcas, residências em restaurantes e eventos corporativos mais descontraídos. “É um caminho incrível, que amplia o mercado e permite explorar outras vertentes musicais. E o melhor: faz a gente se reinventar o tempo todo.”

Para Maurício Cury, essa nova fase é mais um reflexo da paixão que move a cena eletrônica: a capacidade de se adaptar, se renovar e continuar surpreendendo. “A pista continua sendo um lugar especial, mas agora temos vários outros palcos para tocar as pessoas com música.”

da assessoria