Segunda-feira, 21 de Abril de 2025

Deputadas Ana Júlia e Mabel Canto denunciam violência política de gênero por parte de Ricardo Arruda

2025-04-08 às 13:33
Foto: Reprodução

A sessão desta segunda-feira (07) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foi marcada por um intenso debate entre os deputados Ana Júlia Ribeiro (PT) e Ricardo Arruda (PL). O conflito teve origem em um requerimento apresentado pela deputada petista, que solicitava a possível exclusão de Arruda da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) devido a faltas em reuniões. O episódio, porém, tomou contornos mais amplos quando o parlamentar do PL fez comentários sobre a aparência de Ana Júlia, o que gerou acusações de violência política de gênero.

Tudo começou na semana passada, quando Ana Júlia pediu ao presidente da CCJ, deputado Ademar Traiano (PSD), que fosse analisada a possibilidade de afastamento de Ricardo Arruda, que havia faltado a quatro reuniões consecutivas da comissão. Segundo o regimento interno da Casa, ausências consecutivas podem levar à vacância do cargo na comissão.

Em entrevista antes da sessão, Ricardo Arruda minimizou o requerimento de Ana Júlia e fez críticas pessoais à deputada. “O que ela falou não faz sentido. É algo infantil. Ela parece ainda estar no Centro Acadêmico da universidade dela, tanto pelo jeito que fala quanto pela roupa que usa”, afirmou Arruda.

Ao se manifestar na tribuna, Ana Júlia rebateu as declarações, denunciando o que chamou de violência política de gênero e afirmou que estava seguindo as normas da Alep. “Ele veio hoje tentar me desmoralizar, dizendo que não sei o que estou fazendo aqui, que não entendo o regimento da Casa, tudo isso pelo fato de ser jovem, de primeiro mandato, pelo jeito que falo ou me visto”, respondeu a deputada petista.

A situação se agravou quando Ricardo Arruda voltou a comentar a vestimenta da deputada. “Os deputados precisam vir de paletó e gravata, mas as mulheres não têm essa exigência no regimento. No entanto, todas se vestem adequadamente para o plenário. Ninguém vem de regata ou shortinho”, disse Arruda, direcionando a crítica à deputada Ana Júlia.

O comentário provocou reações de apoio à deputada. A deputada Mabel Canto (PSDB) defendeu Ana Júlia, ressaltando o direito das mulheres de escolherem suas roupas, independentemente das opiniões alheias. “Ela pode se vestir como quiser, é um direito dela”, afirmou Canto. Veja abaixo:

O presidente da Alep, deputado Alexandre Curi (PSD), informou que o requerimento de Ana Júlia, que foi protocolado no final da semana passada, começaria a tramitar oficialmente nesta segunda-feira. Curi afirmou que Ricardo Arruda terá a oportunidade de se manifestar sobre as ausências na CCJ, garantindo o contraditório no processo.