Segunda-feira, 28 de Abril de 2025

Dom Bruno celebra a Missa do Crisma

Padres, religiosos-padres e diáconos estiveram juntos na Catedral
2025-04-17 às 17:45
Divulgação

A Catedral Sant’Ana acolheu, na manhã desta Quinta-Feira Santa, o bispo Dom Bruno Elizeu Versari, padres, religiosos-padres e diáconos para a Missa do Crisma, momento em que os presbíteros renovam os votos sacerdotais. “Para o católico, ao redor do altar, nós celebramos a maior de todas as orações, a Santa Missa. E, hoje, reunidos em torno do altar com os padres da nossa Diocese para louvar, bendizer a Deus por esse ministério e pelo carinho, pela bondade que Deus tem para conosco, que nos chama para esse serviço na sua Igreja”, dizia o bispo no início da celebração.

“Quero rezar e acolher cada um de vocês; bendizer a Deus por cada um, pela vocação de cada um, pelo jeito de cada um. Deus seja louvado pelo ministério sacerdotal”, rogou Dom Bruno, lembrando se tratar de um dia muito importante para os padres e para Igreja também. “Após a celebração penitencial que fizemos, há pouco, na cripta da Catedral, pudemos também fazer a experiência da misericórdia divina, pelo sacramento da confissão e, logo mais, vamos renovar nossas promessas, que fizemos no dia da nossa ordenação sacerdotal, segurando nas mãos do bispo e diante da Igreja que nos acompanhava. Vamos também abençoar os óleos dos catecúmenos e enfermos e consagrar o óleo do santo crisma. Agradeço imensamente os religiosos e religiosas pela presença e apoio, e, aos leigos, trabalhadores incansáveis e anônimos. Com vocês podemos levar em frente a missão que a igreja nos confia”, acrescentou o bispo.

“Deus fez o homem do barro e soprou sobre suas narinas o sopro da vida e, daí em diante, tornou-se um ser vivente. Isso nos faz pensar que, a partir daquele momento, o homem vive com o sopro da vida divina. No profeta Isaías, capítulo 11, verso 2, descrevendo o filho de Davi, ele diz que o espírito pousará sobre ele. Isso acontece em Jesus, ‘o verbo que se fez carne’, aquele que se dá na cruz, antes de dar o último suspiro, nos entrega a sua mãe para ser a nossa mãe também. Para o evangelista São João, esse é o pentecostes. E entregou o seu espírito. Daquele momento em diante, nossa vida tem um novo significado: o sopro presente em nós é sopro de Cristo, como descreve São João, no capítulo 20, verso 22. O Santo Evangelho de Lucas 4, verso 16, cita Jesus retomando o texto do profeta Isaías, que descreve a sua missão nesse mundo: anunciar a Boa Nova aos pobres, libertar os presos, recuperar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor, e, conclui dizendo: ‘hoje se cumpriu essa passagem’. Hoje, nós queremos louvar pelo ministério sacerdotal que recebemos da Igreja. Quero lembrar que também nós, quando vamos ao altar da Palavra e a proclamamos, podemos dizer: ‘hoje se cumpriu a passagem da escritura que acabamos de ouvir’. Hoje, pelo nosso ministério, Jesus liberta os oprimidos, cura os cegos, e os pobres são evangelizados e acolhidos na igreja, inspirados no mesmo propósito do de Jesus”, destacou Dom Bruno.

Sintonia
Dom Bruno enalteceu o desejo de cada sacerdote de renovar o compromisso de consagração total à vontade Daquele que os escolheu. “Jesus nos confia uma grande missão. Nosso ministério deve estar em sintonia com o ministério Dele. Nessa partilha quero refletir sobre situações que, em nosso ministério, nos sentimos fragilizados. Ele se enfraquece quando nossa vontade prevalece à vontade que nos chamou, cuidou e enviou. Enfraquece quando nosso testemunho de fé não corresponde com aquilo que cremos, enfraquece quando agimos como os homens do mundo, deixando prevalecer as vontades humanas em vez da vontade divina. Enfraquece quando o nosso testemunho de comunhão não atinge nosso compromisso e nosso modo de ser. Enfraquece quando acho que meu projeto é mais importante que todos os demais. Com 37 anos de padre, posso dizer que vi padres fazendo de tudo pela comunhão e pela obediência, esses envelheceram felizes, mas também vi aqueles que fizeram caminho contrário, e, hoje, ninguém os atura”, testemunhou.

“Vivemos um tempo que a história vai contar. Catástrofes, pandemia, diminuição da capacidade intelectual, individualismo exacerbado, uma sociedade polarizada, em que o outro é alguém a se vencer ou temer. O Papa nos convida a sermos ousados e vencer o critério do ‘sempre fez assim’. Nós sabemos que precisamos mudar. Temos consciência que como está não pode ficar, mas, não podemos esquecer que chegamos aos 100 anos de história e carregamos com ela a cultura do nosso povo. Povo de tropeiros, migrantes e aventureiros, como consta na Oração do Centenário. O Sínodo que estamos vivendo nos convida a valorizar mais os conselhos de leigos em nossas comunidades paroquiais. Ainda vemos nossos padres gastando tempo com aquilo que os leigos podem fazer com grande competência. Nossa missão, padres, além da dimensão litúrgica e espiritual de evangelizar, precisa dedicar tempo para a formação de nossas lideranças. Não é possível pensar em uma comunidade que não tenha tempo para formar os fiéis, os catequistas, ministros da comunhão, os coordenadores das comunidades, os integrantes de conselhos de serviços paroquiais”, apontou Dom Bruno.

De acordo com o bispo, a grande maioria do povo não pode ir às secretarias das paróquias pelo horário, porque trabalham ou moram longe. “Temos que ir às periferias existenciais ao encontro do nosso povo. Não podemos ficar contentes com três ou cinco por cento dos que vêm à missa. Temos que cuidar sim, deles, mas não podemos esquecer que há muito mais que estão distantes”, orientou, comentando que tem rezado, partilhado com padres, religiosos e diáconos para tentar propor e descobrir caminhos. “Faço dessa partilha um momento de oração. Precisamos investir nos leigos e colaboradores que nos ajudam para um novo tempo em nossa Igreja”, avaliou.

Dom Bruno lembrou o bispo emérito Dom Sergio Arthur Braschi, que está no Ceará, ajudando nas celebrações da Semana Santa, e também os padres idosos, adoentados e os que estão fora da Diocese em missão ou para estudos, “sei que estão conosco em oração”.

Monsenhor Evandro
Na Missa do Crisma, foi feita referência ao monsenhor Evandro Luis Braun, que é do clero diocesano e foi nomeado bispo de Campo Mourão, pelo Papa Francisco, no último dia 9. Padre Roberval Mulhestedt, pároco da Paróquia São Sebastião/Santuário de Nossa Senhora Aparecida, falando em nome da Pastoral Presbiteral, citou a alegria pela nomeação. “Nosso presbitério se sente agraciado por Deus, neste ano do centenário diocesano, com o novo modo pelo qual o senhor é chamado a viver sua vocação de bom pastor. Vocação ricamente partilhada a serviço de nossa Diocese, na formação e nas paróquias, e que, agora, se torna também um dom para a Igreja do Paraná, na Diocese de Campo Mourão. Que a Mãe da Divina Graça cubra de bênçãos cada dia de seu ministério episcopal. Continue contando com nossas orações e nossa proximidade”, ressaltou padre Roberval.

Ainda durante a celebração, foram abençoados os cálices, velas e banners que serão utilizados nas paróquias, a partir de maio, em referência à comemoração do centenário da Diocese, em 2026. “Com alegria e profunda gratidão, vivemos um momento marcante na caminhada jubilar da nossa Diocese: a bênção dos cálices do Jubileu, que serão usados na Celebração Eucarística. A unidade celebrada como povo de Deus, neste centenário de fé, missão e comunhão”, justificava padre Alvaro Martins Nortok, assessor diocesano da Pastoral de Liturgia. Monsenhor Evandro recebeu o primeiro cálice em sinal de gratidão “para que colha bons frutos na Diocese de Campo Mourão e na sua missão apostólica”.

A entrega das velas e do banner foi um sinal luminoso de que estamos todos em peregrinação, guiados pela luz de Cristo. “A vela representa a fé que ilumina nossos passos, e o banner, o sinal visível da nossa unidade e do compromisso com a missão evangelizadora neste ano santo. Padre Claudemir (Nascimento Leal, pároco) recebe aqui na Igreja Jubilar Catedral o banner e a vela. Que esses sinais fortaleçam ainda mais nosso espírito comunitário e renovem em cada coração o desejo de seguir adiante, anunciando o Evangelho com coragem e esperança. Que este jubileu seja um tempo de graça, memória e renovação”, acrescentou padre Alvaro.

Além de padre Claudemir, que recebeu em nome dos demais sacerdotes a vela abençoada do centenário, a padre Primo Hipólito, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de Telêmaco Borba, foi entregue o banner comemorativo. Os cálices foram distribuídos ao final da missa, na cripta da Catedral.

Das assessorias.