No programa ‘Manhã Total desta’ quarta-feira (23), transmitido pela Rádio Lagoa Dourada (94.9 FM), o superintendente de trânsito e segurança viária de Ponta Grossa, João Rodrigo Pontes, foi o convidado para falar sobre os principais desafios enfrentados na mobilidade urbana da cidade. Com uma trajetória iniciada em 2008, Pontes começou como agente de trânsito em 2010 e, após ocupar cargos de supervisão e coordenação, assumiu a superintendência em 2021.
Pontes explicou que o aumento no número de veículos em circulação é uma das principais causas do gargalo do trânsito na cidade. “Ponta Grossa teve um aumento de mais de 50 mil veículos nos últimos 5 anos, além dos veículos que vêm de fora”, afirmou.
A malha viária antiga é apontada como um dos maiores entraves para o trânsito mais fluido. “Há um desafio diário com a nossa malha viária, afinal, Ponta Grossa é uma cidade centenária. A cidade não foi planejada para ter todos esses veículos circulando diariamente”, disse. Para ele, o maior desafio está em mitigar esses problemas com ações pontuais. “Mesmo sabendo que é uma coisa momentânea pois não houve um planejamento de médio e longo prazo no passado”.
BINÁRIOS
O superintendente garantiu que um planejamento atual já está sendo executado na cidade. “Estamos conseguindo desenvolver um planejamento que vale para os próximos anos e que passa por várias adequações”. Pontes mencionou a adoção de sistemas binários como uma solução, ainda que inicialmente impopular: “É uma solução que a princípio pode não agradar a maioria da população mas que nós sabemos que vai ajudar no fluxo do trânsito na região”, afirmou.
Um dos exemplos mencionados foi a implantação do binário na Rua Siqueira Campos. “Esse binário já foi implantado a primeira etapa, ao todo são duas etapas”, explicou. Ele acrescentou que o projeto prevê a ligação da Rua João Tomé até a rotatória da Rua Siqueira Campos, próxima a um posto de combustível. “Fomos até questionados pela população do porquê já não realizamos o binário todo. Mas não o fizemos porque há adequações que são mais complexas e entendemos, junto com o nosso corpo técnico de engenharia, que deveríamos implantar em duas etapas”, afirmou. Segundo ele, isso também facilita a adaptação dos motoristas.
SINCRONIZAÇÃO DOS SEMÁFOROS
No que diz respeito aos semáforos da cidade, Pontes relatou que há 143 equipamentos em operação, sendo que 70 estão concentrados na região central. “Nessas regiões temos como prioridade deixar os semáforos em sincronismo”, garantiu. Ele destacou que o trabalho de sincronia é feito de forma técnica. “Na região central, todos os principais corredores estão trabalhando de maneira sincronizada. É um desafio diário afinal, esses locais sofrem com um trânsito pesado em determinados horários”. Conforme explicou, a programação muda conforme o fluxo. “Em horários de pico eu preciso dar mais vazão em determinadas ruas do que outras”, cita.
Fora do horário de pico, os tempos dos semáforos são ajustados. “Em horários mais tranquilos como por exemplo às 20h da noite, podemos deixar os semáforos com tempo diferenciado”, disse. Todo esse processo é realizado por um profissional capacitado. “Toda essa programação necessita ser feita por um engenheiro e nós temos esse engenheiro que está desenvolvendo esse trabalho”, afirmou.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Pontes também comentou sobre os investimentos em tecnologia que vêm sendo feitos, como a instalação de semáforos com inteligência artificial. “Estamos investindo em tecnologia e inclusive estamos implantando alguns semáforos com inteligência artificial”, disse. Esses equipamentos utilizam câmeras que estão acopladas nos semáforos e detectam o movimento na via.
De acordo com o superintendente, esse tipo de semáforo já trouxe melhorias. “Já temos locais com essa tecnologia e que já melhorou significativamente a região com o uso dessa inteligência”, afirmou. Pontes citou como exemplo o entorno do Shopping Palladium e uma área próxima ao estádio do Operário, que já operam com o sistema inteligente.
Há também uma outra tecnologia que está implantada na Avenida General Aldo Bonde, próximo ao Centro de Eventos. “Quando se aproxima um veículo próximo da Avenida Jardim, o sensor detecta um veículo parado no local e fecha o semáforo da Aldo Bonde. É um semáforo sensorizado”, finaliza.
Confira toda a entrevista na íntegra
Por Camila Souza.