Sexta-feira, 25 de Abril de 2025

Corpo de Papa já explodiu durante o velório; entenda

Embalsamamento malfeito, calor intenso e decisões controversas resultaram em um dos episódios mais constrangedores da história do Vaticano
2025-04-24 às 14:13

O velório do Papa Pio XII, em outubro de 1958, entrou para a história não apenas pelo luto de milhões de católicos, mas por um episódio insólito e constrangedor: o corpo do pontífice explodiu durante o período em que ficou exposto para visitação pública no Vaticano.

O responsável pelo embalsamamento foi o médico pessoal de Pio XII, Dr. Riccardo Galeazzi-Lisi, que decidiu adotar um método pouco convencional. Atendendo ao desejo do Papa de não ter seus órgãos removidos, Galeazzi-Lisi optou por uma técnica inspirada nos rituais bíblicos: envolveu o corpo em óleos aromáticos e o embrulhou firmemente em celofane, sem retirar os órgãos internos nem utilizar substâncias químicas adequadas para interromper a decomposição.

O resultado foi desastroso. O clima quente de Roma e a ausência de refrigeração aceleraram a decomposição natural. O acúmulo de gases dentro do corpo, típico do processo de putrefação, aumentou rapidamente. Durante o traslado do corpo para a Basílica de São Pedro, houve um estalo audível — descrito como um “pop” semelhante ao de uma rolha de champanhe — quando o tórax do Papa se rompeu devido à pressão interna, liberando um odor insuportável e obrigando a troca frequente dos guardas suíços que faziam a vigília.

A situação ficou ainda mais crítica: a pele do Papa escureceu, o nariz e alguns dedos teriam se desprendido, e foi necessário confeccionar uma máscara de cera para cobrir o rosto antes da exposição pública. O episódio gerou escândalo e resultou na expulsão definitiva do Dr. Galeazzi-Lisi do Vaticano, agravada pelo fato de ele ter vendido fotos e informações do velório à imprensa internacional.

O caso do “Papa que explodiu” se tornou um alerta sobre a importância de procedimentos adequados em funerais de figuras públicas e um lembrete de que, por trás da pompa e tradição, há limites impostos pela biologia — até mesmo para os papas.