Em entrevista ao programa “Diz aí!”, Aristides Russi Junior, CEO da JBS Terminais, destacou as diversas frentes de crescimento que vêm sendo implementadas no Porto de Itajaí desde que o empreendimento foi federalizado. A articulação responsável por retornar o porto ao Governo Federal foi realizada pelo presidente do Sebrae, Décio Lima.
Segundo Aristides, a reativação das operações foi apenas o primeiro passo de um projeto mais amplo que visa colocar o terminal de volta no protagonismo logístico do Sul do Brasil.
Um dos principais pontos abordados pelo empresário foi o aumento gradual da movimentação de cargas, acompanhado da confiança crescente por parte dos clientes. “Eu acredito que tem um pouco mais, mas faz parte de uma curva, do ramp-up que a gente chama […] agora começa a aquecer e eles [clientes] terem essa confiança de que o porto está operando, de que o nosso serviço é de qualidade, que nós somos flexíveis, que a gente tem capacidade […]”, explicou.
O crescimento também é perceptível no aumento da frequência de linhas marítimas operadas em Itajaí. “Essa é a nossa sexta linha semanal […] vamos ter a oitava atracação semanal, o sétimo serviço entrando em Itajaí. A gente praticamente dobrou o número de serviços semanais”, afirmou o CEO, ressaltando a expansão da malha logística do terminal.
Com base em acordos com armadores, Aristides revelou uma meta ambiciosa de movimentação mensal: “Hoje, a gente está com sete serviços, oito atracações semanais, e o que a gente tem acordado com os armadores é fazer próximo de 30 mil contêineres.”
A estratégia de crescimento também envolve a diversificação das cargas operadas. “Temos outras possibilidades que a gente está explorando. Carros, a BYD, em maio, deve operar aqui em Itajaí 7500 carros […] possibilidade de outro tipo de carga como celulose […]”, adiantou, mencionando a aposta em produtos com maior valor agregado.
O executivo também destacou o interesse da JBS Terminais em participar da futura licitação para o arrendamento definitivo do terminal, com foco em garantir continuidade e capacidade de expansão. “Gostaríamos que essa licitação acontecesse para que a gente possa ter a capacidade de fazer os investimentos e as expansões que são necessárias.”
No cenário internacional, Aristides mostrou otimismo quanto às perspectivas para o comércio exterior brasileiro. “Eu creio que nós vamos sair mais fortalecidos. Nosso trade com a China vai fortalecer. Está abrindo novos comércios com Vietnã, Japão […]”, comentou, apostando em uma diversificação dos parceiros comerciais.
Para suportar esse crescimento, investimentos em infraestrutura estão em andamento – na última semana, durante reunião na Fiesc, foi anunciado o plano de investimentos do governo federal no Porto, valor equivalente a R$ 600 milhões. “Tenho certeza que com esses investimentos anunciados pela Autoridade Portuária de Itajaí e Santos, nós vamos colocar Itajaí em outro patamar. A gente não pode ficar parado, porque os outros portos estão se movimentando”, destacou.
Por fim, o CEO abordou um dos gargalos operacionais do porto: a retroárea. “Tem algumas áreas que são possíveis de expansão […] vamos tentar viabilizar um plano de expansão […] para tentar colocar mais 25% de capacidade no terminal no decorrer do ano.”
As declarações de Aristides vão de encontro aos resultados positivos obtidos pelo Porto. Recentemente, ao completar 100 dias de gestão federal, o empreendimento já apresentou resultados positivos. O faturamento foi de R$ 50 milhões, valor 125% maior do que no mesmo período do ano passado. Na ocasião, o superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo Tavares Bastos, também afirmou que o empreendimento “voltou a pagar ISS para o município. Em 100 dias, foram pagos R$900 mil para o munícipio, ou seja, mais recursos no orçamento da prefeitura.
A federalização do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, foi efetivada no final de 2024 e, desde 1º de janeiro de 2025, a gestão está sob responsabilidade da Autoridade Portuária de Santos (APS), vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos. A decisão foi tomada pelo governo federal, buscando maior estabilidade e atrair novos investimentos. Com a medida, o governo busca estabilizar as operações e atrair investimentos.