Imagens divulgadas registraram o momento da prisão de Tânia Conceição Marchese D’Ottavio e Marcelo Marchese D’Ottavio, irmãos suspeitos de ocultar o corpo do próprio pai, Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, dentro da casa da família, no bairro Cocotá, Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. A ação foi conduzida por agentes da 37ª Delegacia de Polícia após denúncias de vizinhos sobre o desaparecimento do idoso, que não era visto há meses.
Nas imagens, é possível ver os policiais percorrendo os cômodos da residência e dando voz de prisão aos irmãos, que demonstraram resistência e foram contidos sob forte escolta. Marcelo reagiu de forma agressiva, chegando a entrar em confronto físico com um dos agentes, enquanto Tânia tentou impedir a prisão do irmão, investindo contra os policiais. Ambos foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal.
O corpo de Dario foi encontrado em avançado estado de decomposição, em cima de uma cama, em um dos quartos da casa. Segundo a perícia, os restos mortais estavam no local há pelo menos seis meses. A filha dormia no mesmo cômodo do cadáver, que estava cercado por panos e plásticos para tentar conter o odor e evitar suspeitas dos vizinhos.
A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para uma motivação financeira: os irmãos teriam mantido o corpo do pai oculto para continuar recebendo benefícios, como aposentadoria e outros rendimentos. Durante a operação, foram encontrados eletrodomésticos e bens novos na residência, apesar de os suspeitos não exercerem atividade profissional. A polícia já entrou em contato com bancos e financeiras para rastrear transações realizadas em nome do idoso nos últimos meses.
A possibilidade de homicídio não está descartada, e exames periciais seguem em andamento para determinar a causa e o tempo exato da morte. O delegado Felipe Santoro, responsável pelo caso, destacou o caráter “macabro e intrigante” da situação e afirmou que a análise do esqueleto pode não permitir conclusões definitivas sobre a causa do óbito.
Após a prisão, Tânia e Marcelo foram encaminhados a uma clínica psiquiátrica sob escolta policial, devido a indícios de transtornos psicológicos. Eles aguardam audiência de custódia e podem responder também por estelionato previdenciário, caso seja comprovado o recebimento indevido dos benefícios do pai.