Na manhã desta segunda-feira (2), as freiras da Congregação Copiosa Redenção, de Ponta Grossa, foram as convidadas do programa ‘Manhã Total’, da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM). Durante a entrevista, as irmãs Marisa e Marizele compartilharam histórias sobre suas vidas, suas trajetórias vocacionais e a forma como a música, em especial o beatbox, entrou em suas jornadas religiosas (veja o vídeo abaixo).
Irmã Marisa, com 18 anos de vida religiosa, e Irmã Marizele, que já soma 21 anos de consagração, contaram um pouco sobre suas origens e os caminhos que as levaram até o convento. Irmã Marisa nasceu em Mamborê (PR) e passou por várias casas antes de se formar em Botucatu (SP). Em seguida, veio para Ponta Grossa, onde passou boa parte do tempo trabalhando com os jovens e evangelizando. Já Irmã Marizele, natural de Assis Chateaubriand (PR), passou grande parte de sua vida em Umuarama e foi para o convento após um tempo em Botucatu. Há 15 anos, ela mora em Ponta Grossa e já trabalhou em diversas comunidades da cidade. “Ponta Grossa é uma cidade maravilhosa e aqui estou há 15 anos”, afirmou com alegria.
Durante a conversa, as irmãs também compartilharam suas histórias pessoais e como a música e dança entraram em suas vidas, mesmo antes de entrarem na Congregação. Irmã Marizele explicou que a musicalidade sempre fez parte de sua vida, especialmente com sua família, que gostava de cantar músicas raiz enquanto realizavam as tarefas diárias. “O ritmo do beatbox surgiu na tentativa de algo diferente e encaixar a música com o ritmo. No começo, eu nem sabia que isso já tinha um nome e se chamava beatbox. Eu brincava com minhas irmãs e grupos de amigas com o ritmo”, contou, revelando o começo de sua paixão pela técnica vocal.
Ao entrar na Congregação, Irmã Marizele encontrou um espaço para desenvolver seu talento musical. “A Congregação tem um perfil que trabalha com carisma e recuperação de dependentes químicos, então, a criatividade com música, beatbox e teatro estava ali. Usávamos muito durante os anos que trabalhei com a comunidade terapêutica e acolhida”, explicou. Para ela, a música e o beatbox têm um papel importante não só na evangelização, mas também para quebrar o estigma de que as freiras são rígidas e distantes. “Isso ajuda a quebrar aquela impressão de rigidez, de que somos ‘brabas’ e traz uma conexão com as pessoas”, pontua.
Irmã Marisa também compartilhou sua relação com as artes, especialmente a dança, que sempre fez parte de sua vida. Ela revelou com entusiasmo “Eu tenho uma irmã gêmea e nós sempre ouvíamos o rádio. Quando tocava uma música animada, a gente dançava juntas.” Antes de entrar no convento, Irmã Marisa fazia parte de grupos de dança e participava de apresentações em cidades vizinhas. “Fiz ballet, jazz, hip-hop, break, e até um vanerão sai às vezes”, contou, lembrando com carinho dos tempos de sua juventude.
As irmãs compartilharam ainda suas percepções sobre o impacto da música e da dança no trabalho social e religioso. Irmã Marisa destacou o poder das artes, especialmente da música, no resgate de jovens em situações vulneráveis, como no caso da dependência química. “Conheço muita gente que tem tudo para ser dependente de drogas e não se tornou porque o esporte ou a música resgataram essas pessoas”, afirmou.
Exclusivo: Freiras de PG voltam a encantar com carisma, dança e beatbox; assista
Por Camila Souza.