Eduardo Bolsonaro é um ícone da política feita a serviço de interesses particulares – os dele e os da sua família. Licenciado da Câmara dos Deputados, segue mamando em dinheiro público, vivendo às custas do papai, que por sua vez recebe salário pago com recursos do Fundo Partidário. Dinheiro público, portanto. Ah, quase esqueço: uma parte da renda do Zero Três ainda vem daquelas vaquinhas por Pix, sem qualquer controle, como bem defende o seu companheiro Nikolas Ferreira.
Hoje, Eduardo está nas terras do Tio Sam. Leva uma vida nababesca enquanto segue sustentando o golpismo do 8 de janeiro. Pratica crimes diários contra o Estado Democrático de Direito ao conspirar contra a Suprema Corte brasileira, numa tentativa desesperada de livrar o pai da cadeia. Inteligência, sabemos, nunca foi o forte da família. Mas o nível de burrice é surpreendente. No ritmo em que as rodas da carruagem seguem, o máximo que Eduardo deve conseguir é fazer companhia ao papai… na Papuda.
A maior prova de que o que realmente importa para os Bolsonaros é garantir a sobrevivência financeira da família por meio da política está no silêncio ensurdecedor de Eduardo diante da política fascista do governo Trump contra os imigrantes – especialmente os brasileiros. O pavor tomou conta da comunidade brasileira nos Estados Unidos, e ele não dá um pio. Nada. Zero preocupação. Pelo contrário: parece até se regozijar com tudo isso.
Nem mesmo o fato de mais de 65% dos brasileiros nos EUA terem votado em Bolsonaro é capaz de sensibilizá-lo. Porque, no fundo, o que importa a ele e à sua família é o projeto pessoal de poder e acúmulo patrimonial. O outro – inclusive o próprio gado – pouco lhes importa. Quem tiver que ser deixado pelo caminho, será. E eles já deram inúmeras provas disso.
E o que mais espanta, no entanto, é ver políticos experientes do chamado Centrão ainda se deixando levar para o abatedouro. A história dessa família mostra que, na primeira dificuldade, os aliados são largados na beira da estrada. Alguns, é verdade, ainda vão conseguir fechar uns negócios por mais um tempo. Mas vão ser descartados. Isso é certo. E, como política é construção de longo prazo, o amanhã importa – e muito.
Pelo visto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já começou a se dar conta disso. Está construindo o seu próprio caminho. E acredito que outros seguirão. No fim, a política oportunista e instrumentalizadora da família do “eu mesmo” vai deixá-los isolados. Aguardemos.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do Portal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos termos e problemas brasileiros e mundiais que refletem as diversas tendências do pensamento.
Oliveiros Marques é sociólogo, publicitário e comunicador político