Informações sobre um possível fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santana, em Ponta Grossa, passaram a circular nesta sexta-feira (6) após declarações feitas em um programa de rádio. A repercussão gerou preocupação entre moradores, levando a questionamentos nas redes sociais e entre usuários da saúde pública. Para esclarecer a situação, os apresentadores João Barbiero e Eduardo Vaz, do programa ‘Manhã Total’, da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM), entrevistaram a secretária municipal de Saúde, Lilian Brandalise, que respondeu às dúvidas ao vivo e explicou os estudos em andamento sobre o futuro da unidade.

Ao ser questionada diretamente no programa sobre o possível fechamento, a gestora negou que o objetivo seja encerrar os atendimentos da UPA Santana. “Na verdade, não é fechar. O fluxo e o espaço da UPA Santana realmente é muito ruim e vai melhorar agora porque está desafogando por conta de outras UPAs”, afirmou.

A proposta, segundo ela, seria reorganizar o atendimento com base na ampliação da rede. “Temos a UPA Uvaranas, constrói uma UPA em Oficinas e desativa a UPA Santana e ali faz um Centro de Especialidades”, exemplificou. A ideia, portanto, seria transformar a atual estrutura da UPA em um novo serviço, ainda em fase de estudos. “Quando tiver a UPA Oficinas, vamos estudar para que aquele espaço da UPA Santana seja uma especialidade ou outro equipamento de saúde”, disse.

A justificativa apresentada para a possível mudança seria a descentralização dos atendimentos. No entanto, ao ser lembrada de que já existe um Centro de Especialidades funcionando a apenas 400 metros da UPA Santana — no prédio do antigo Hospital Municipal Amadeu Puppi, onde a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) mantém um ambulatório com consultas especializadas agendadas —, a secretária reconheceu a proximidade entre as estruturas, mas argumentou. “Temos esse espaço, mas precisamos descentralizar”.

De acordo com dados obtidos pela equipe de jornalismo do D’Ponta News, a UPA Santana realizou, em média, 8,5 mil atendimentos por mês em 2024, incluindo casos de urgência odontológica e emergência psiquiátrica, esta última sendo uma referência no município. A unidade tem capacidade para 225 atendimentos diários.

A mudança, embora não confirmada oficialmente, levanta questionamentos. A gestora disse que “não é questão de fechar a UPA Santana, vai distribuir os atendimentos em outro território, em Oficinas”, disse, como forma de tranquilizar a população.

Questionada se isso não acabaria afastando o serviço da população que hoje utiliza a Santana, a resposta foi ““Veja, tinha gente que vinha de Uvaranas para cá e olha a distância”, afirma. Ela reforça que ainda não está definido o que vai ser feito no espaço da UPA Santana “Estamos em estudos e ainda não posso dizer como vai ser”.

Ainda assim, reforçou que a UPA Santana não será fechada de maneira abrupta. “Não vai parar a Santana, precisamos primeiro estruturar e isso faz parte de um planejamento”, afirmou. E concluiu, de forma enfática: “Não vai fechar a UPA, ninguém é maluco de fazer um negócio desses”, fala.

Veja a entrevista na íntegra:

Por Camila Souza.