Em entrevista exclusiva ao D’Ponta News, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, trouxe um novo enfoque para o debate sobre os direitos dos povos originários: o papel central da juventude indígena e da educação na continuidade da luta pela demarcação de terras e pelo fortalecimento da identidade cultural.

Joenia, primeira mulher indígena a presidir a Funai, relatou que sua própria trajetória — de criança indígena em Roraima à primeira advogada indígena do Brasil — foi possível graças ao incentivo à educação dentro de sua comunidade. “A projeção de valor à juventude e à educação foi fundamental para que eu e outros jovens pudéssemos estudar, nos formar e ocupar espaços de decisão”, afirmou a presidenta durante o bate-papo.

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Ela destacou que, hoje, a Funai tem avançado em políticas que incentivam o protagonismo dos jovens indígenas, como a realização de assembleias e debates específicos sobre o tema. “A juventude indígena é essencial para garantir que a luta continue e que os direitos conquistados sejam mantidos”, disse Joenia, citando a recente assembleia estadual da juventude indígena de Roraima, onde foram discutidas demandas e estratégias para o fortalecimento das comunidades.

A presidenta também ressaltou a necessidade de políticas públicas que atendam às especificidades dos indígenas em contexto urbano, muitos dos quais precisam sair de suas terras para estudar. “A educação é um direito de todos, e os jovens indígenas devem ter acesso a escolas de qualidade, sem sofrer discriminação”, afirmou. Ela lembrou que a Funai tem orientado órgãos públicos para garantir a inclusão dos indígenas em programas sociais e educacionais, respeitando sua diversidade cultural.

Joenia Wapichana finalizou a entrevista reforçando a importância de multiplicar exemplos de sucesso entre os jovens indígenas. “Quando viram que uma mulher indígena chegou ao Supremo Tribunal Federal, muitos jovens se sentiram encorajados a estudar e ocupar espaços que antes pareciam distantes. Isso é transformador”, destacou.