Jornalista, psicólogo, pensador, Edgar Hampf já atuou como Chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, como secretário municipal de Turismo e neste ano, assumiu a chefia da Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos. Hampf concedeu uma entrevista exclusiva para  portal D´Ponta News falando sobre os desafios, demandas e um balanço geral da gestão que completou seus seis meses. Confira!

Qual é o papel da Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos dentro da prefeitura? O que define um projeto estratégico?

No decorrer da gestão passada da prefeita Elizabeth Schmidt notou-se que mesmo as secretarias municipais sendo unidas existia uma necessidade de uma comunicação melhor entre elas, visando um trabalho integrado em prol da cidade. Devido a isso, a Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos, em um primeiro momento, como uma secretaria visa organizar e pensar de maneira estratégica o trabalho das pastas, visando otimizar os resultados. Outro fator importante neste contexto é que as secretarias municipais utilizam grande parte da energia de seu quadro de servidores para o atendimento das demandas da população, dos órgãos de controle, na execução e fiscalização dos serviços, de modo que dificulta pensar de maneira estratégica e articulada. Assim também, o cumprimento do Plano de Metas da Administração, por todas as pastas é uma diretriz constante.

Hoje, quais são os principais projetos em andamento? Como os projetos são priorizados? 

Projetos não são criados da noite para o dia, requerem estudo e articulação política para prosperarem. Isso acontece porque os projetos para captação de recursos necessitam um rigor técnico alto, pelo fato de competir com projetos de outros municípios paranaenses, ou mesmo de municípios brasileiros. Recentemente, encaminhamos para o Governo Federal, os projetos da Solução Costa Rica, que visa resolver os problemas de mobilidade sofridos no local. Juntamente com a Secretaria Municipal de Planejamento elaboramos e defendemos investimentos da ordem de R$ 38 milhões, por meio do deputado federal Aliel Machado.

Sem projeto, não adianta ter articulação política e a Secretaria de Projetos Estratégicos tem esta função de fazer com que os projetos sejam competitivos para captação de recursos, bem como, que sejam viáveis para o município. Já encaminhamos para a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania, projetos para a construção de dois novos CRAS, por meio da FASPG. Também desenvolvemos os estudos para a instalação de três usinas fotovoltaicas na cidade que possibilitarão a economia de pelo menos 40% do consumo de energia elétrica de prédios públicos. Esse processo segue agora na esfera da Secretaria Municipal de Administração para os passos seguintes.

A SMPE também está solicitando a doação de imóveis federais à Superintendência de Patrimônio da União (SPU) para ser empregados em atendimento às demandas municipais, como o aumento da área do aeroporto, a continuidade do Parque Linear em Oficinas, a nova avenida de entrada, ligando o trevo Vendrami à vila Cipa, o novo espaço do CRAR, e em particular a expressiva ampliação do Distrito Industrial.

Na saúde, a Secretaria de Projetos Estratégicos auxiliou a Fundação Municipal de Saúde no projeto da Policlínica, pelo Novo PAC, que prevê, se aprovado, investimentos de R$ 30 milhões. Além disso, na elaboração de uma modelagem de Parceria Público Privada, que resultará na construção da nova sede da FMS e de um Centro de Especialidades, entre diversas outras ações. Mas, estas são algumas de muitas frentes em que a Secretaria de Projetos Estratégicos está envolvida.

A secretaria atua em parceria com outras secretarias, como Urbanismo ou Infraestrutura. Como essa articulação acontece na prática?

São sempre ações coordenadas. O governo é um só, independente da lotação dos servidores. O objetivo sempre é o mesmo, já prescrito no plano de metas e na legislação. Essas ações são iniciadas muitas vezes pela própria SMPE e outras pelas secretarias e fundações tanto por meio da solicitação de apoio em projetos por parte das pastas, identificação de oportunidades de recursos para as demandas locais, que entendemos ser importantes para a cidade, a partir de levantamento e estudos que são desenvolvidos pela Secretaria de Projetos Estratégicos.

A secretaria já foi alvo de críticas por priorizar áreas centrais ou empreendimentos de interesse privado? Como respondem estas demandas?

Desconheço essas críticas. Até porque isso não faria o menor sentido diante do fato de que a expressiva maioria das ações desenvolvidas tem foco na periferia. A outra suposta crítica é de todo inexistente, também. Entendo que a Secretaria de Projetos Estratégicos cumpre um papel importante para o desenvolvimento integral do município por fazer algo que era feito com mais dificuldade, que era articular, com todos os demais órgãos, as ferramentas para desenvolver a cidade de maneira estratégica. Temos como função otimizar a prestação do serviço público, em todo o território do município.

Quais têm sido os principais desafios para garantir que os projetos tenham real efeito social? 

Sempre lutamos contra o tempo. Os trâmites burocráticos consomem tempo demais, o que estabelece um intervalo de tempo entre a elaboração dos projetos e a sua efetivação. Todavia, todas as ações da administração precisam ser pensadas como soluções viáveis e efetivas, tanto a curto quanto a médio e longo prazo.

Dos recursos previstos para o município quanto já foi executado e qual porcentagem foi destinada a ações de inclusão social como a área da saúde, moradia, saneamento?

Um dos primeiros projetos tocados pela secretaria, até pela urgência de cadastramento bem como da necessidade de fazer um projeto de qualidade, considerando a quantidade de projetos do Brasil inteiro que buscam recursos do Novo PAC é a Solução Costa Rica, de R$ 38 milhões. Será um grande ganho para mobilidade desta região. Assim também o diagnóstico, avaliação e situação do projeto da primeira Policlínica.

Como esses projetos impactam diretamente a vida da população? A comunidade tem voz no planejamento desses projetos? 

O foco é sempre a melhoria da qualidade de vida da população. Infraestrutura adequada garante transporte mais efetivo, trânsito mais ágil, serviços mais rápidos e em maior volume. O efeito de um planejamento estratégico é sempre a otimização dos recursos públicos e a execução adequada dos investimentos que vão atender à demanda popular. Vamos usar um exemplo prático. As usinas fotovoltaicas já projetadas resultarão numa economia de 40% nos gastos com energia dos prédios públicos municipais. Quando em pleno funcionamento representarão uma economia de R$ 4,8 milhões anuais que serão destinados a serviços e obras voltados à melhoria da qualidade de vida da população. E esta é apenas uma das medidas de otimização de recursos públicos que a Secretaria de Projetos Estratégicos está à frente.

Que tipo de cidade, a secretaria quer ajudar a construir nos próximos anos? Qual palavra definiria a cidade de Ponta Grossa?

Essa é simples de responder. Seguindo o slogan da prefeita Elizabeth, nosso objetivo constante é ter uma cidade maior, melhor e mais humana. A Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos tem como função integrar as diversas pastas da Prefeitura visando uma cidade mais justa, aliado ao pensamento da prefeita Elizabeth, que o desenvolvimento econômico deve acompanhar o desenvolvimento social e vice-versa.

Muitas palavras poderiam definir a cidade de Ponta Grossa, como: equilíbrio, sinergia, inclusão, harmonia, sustentabilidade, equidade, solidariedade, convergência, coesão e transformação, por exemplo.
Porém, eu prefiro o termo integralidade, pois, significa visão completa, totalidade, articulação entre partes diferentes para formar um todo coerente. Queremos uma cidade boa de se viver para todas as pessoas, entendo que este é o propósito da prefeita  e o escopo mais importante da Secretaria de Projetos Estratégicos.

Por Milla Cristo para D´Ponta News.