O paranaense Wagner da Silva Vargas, de 29 anos, natural de Santo Antônio do Sudoeste, está desaparecido desde o dia 15 de junho enquanto atuava como voluntário nas Forças Armadas da Ucrânia. A Direção-Geral da Corporação Militar das Forças Armadas ucranianas confirmou o desaparecimento e notificou oficialmente a Embaixada do Brasil em Kiev, que repassou a informação à família na última quinta-feira (26).
De acordo com familiares e a Massa News, Wagner partiu para a Ucrânia em 3 de março de 2025, motivado por interesse em assuntos militares, embora não tivesse experiência prévia em combates. Ele morou em Santo Antônio do Sudoeste até os 14 anos, mudando-se depois para Ampére (PR) com a mãe, onde permaneceu até 2022. Antes de se alistar, residia em Caxias do Sul (RS).
Segundo relatos de colegas de batalhão e mensagens trocadas via redes sociais, há uma confirmação extraoficial de que Wagner teria sido morto em combate, vítima de um ataque de drone — prática recorrente no atual estágio do conflito, marcado pelo uso intensivo de tecnologia militar. No entanto, até o momento, o corpo não foi localizado nem identificado, e as autoridades ucranianas mantêm o status de desaparecido em combate, conforme protocolos militares do país.
A mãe de Wagner, Maria de Lurdes, residente em Ampére, enfrenta dificuldades para obter informações detalhadas e busca apoio para tentar trazer os restos mortais do filho ao Brasil. O processo de repatriação é burocrático e envolve custos elevados. A legislação ucraniana prevê subsídio financeiro para famílias de militares estrangeiros desaparecidos, capturados ou mortos, mas a efetivação dessa ajuda depende de intermediação diplomática e documentação específica.
O caso de Wagner reacende o debate sobre a participação de brasileiros em guerras no exterior, especialmente em conflitos de alta periculosidade e sem suporte logístico adequado. Especialistas alertam para os riscos enfrentados por voluntários sem preparo militar, em um cenário de guerra cada vez mais violento e tecnológico, marcado por ataques com drones e ofensivas aéreas.